Postado por - Newton Duarte

Presidente do Bahia ataca a CBF

Eleito presidente do Bahia após um processo de intervenção no clube, que tirou Marcelo Guimarães Filho, acusado de irregularidades, do cargo, Fernando Schimidt vê situação semelhante na CBF. O dirigente acredita que a goleada da Alemanha sobre o Brasil, por 7 a 1, é a oportunidade para que a cúpula da entidade máxima do futebol nacional seja 'expulsa'.

Sem medo, mesmo sabendo que o Tricolor é filiado e se relaciona diretamente com a CBF, Schimidt partiu para o ataque ao presidente José Maria Marin e seu vice e fututo presidente, Marco Polo Del Nero, em entrevista ao jornalista Bob Fernandes, no portal Terra. "O que vimos no Mineirão, 7 x 1 da Alemanha no Brasil, significa de maneira profundamente reveladora o fim de uma era. Era em que um grupo se apossou do futebol brasileiro, e isso precisa acabar. Vejo com esperança as falas da presidente Dilma e do ministro Aldo Rebelo no sentido de que temos que encontrar uma solução para isso aí. Se eu fosse eles, Marin e Del Nero, mas eu jamais seria eles… a hora é de Marin e Del Nero renunciarem, pedir para sair, pegar o boné e ir embora. Eles devem renunciar", disse.

O mandatário do Esquadrão ainda revelou ser oposicionista ao grupo que comanda o futebol brasileiro e garantiu não ter contribuído para a eleição de Del Nero, que substituirá Marin em 2015. "Eu, pessoalmente, não (voto). Quando fui eleito presidente do Bahia, fui à CBF me apresentar, institucionalmente, como presidente do clube. Já que ele não me conhecia. O Marin me perguntou como estava, e eu disse que a situação do Bahia era muito difícil, e que o clube precisaria de apoio da CBF, ele me disse para procurar antecipação de receita de direitos de transmissão do campeonato brasileiro junto à TV Globo. Eu não fui à eleição no dia, foi o vice-presidente do Bahia,Valton Pessoa, ele me ligou de lá e me disse que o Bahia foi o único que não assinou manifesto apoiando Marco Polo Del Nero, e me perguntou o que deveria fazer. Disse que, como não havia outra candidatura, não havendo outra alternativa, não deveríamos expor o clube a pressões. Não era hora nem o momento para o Bahia ficar isolado. Depois da eleição, mandei um telegrama, congratulei-o e disse esperar que a gestão dele fosse comprometida com as mudanças que o futebol brasileiro precisava. Nunca mais fui à CBF, não atendi convites para reuniões, para Granja Comary, para camarotes dos jogos do Brasil".

Porém, Schimidt ainda se mostra esperançoso de ver uma nova era na CBF, mesmo que a saída de Del Nero e Marin nõ seja por conta própria. "Há um projeto no Congresso, parado há um ano e meio, que tem o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) como relator. É o projeto de lei do Proforte, que trata da democratização do futebol em relação à gestão, orçamento, execução… prevê que os clubes perdem pontos, enfim, trata de um "fair play financeiro", clubes seriam excluídos de campeonatos a depender do comportamento nessas questões, dirigentes com gestão temerária seriam responsabilizados e responderiam com o seu patrimônio, o que, aliás, o Código Civil já prevê. Quem segura, impede que o projeto ande é a "bancada da bola"…. soube que o projeto vai começar a andar, mais uma vez, na semana que vem. As pessoas confundem e entendem que estatal e público são sinônimos, e não são…tudo que mexa e diga respeito ao interesse público, seja estatal ou não, deve ter contas prestadas ao público. Até quando continuaremos com capitanias hereditárias, caixas-pretas e dinastias no futebol brasileiro?", encerrou. 

Origem : GaláticosOnline