Postado por - Newton Duarte

Presidente do STJD diz ser favorável a punições mais severas aos clubes

Presidente do STJD diz ser favorável a punições mais severas aos clubes

Flávio Zveiter acredita que pena do clube jogar a 100km da sede não tem sido eficaz e quer buscar soluções para diminuir brigas entre torcedores

São-paulinos entraram em conflito com a PM no jogo contra o Corinthians

O Campeonato Brasileiro deste ano tem sido palco de diversas brigas entre torcidas rivais. E também envolvendo a Polícia Militar. No último domingo, a competição prometia um show de futebol com quatro clássicos ao redor do país, mas a rodada foi manchada por conflitos. No Morumbi, na partida entre São Paulo e Corinthians, a torcedores do Tricolor entraram em confronto com policiais ao tentarem invadir o setor destinado aos corintianos. Já no estádio Independência, em Belo Horizonte, no duelo entre Cruzeiro e Atlético-MG,  cruzeirenses brigaram entre si. Em participação no programa “Arena SporTV” desta sexta-feira, o presidente do STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva), Flávio Zveiter, disse que é favorável à aplicação de penas mais severas aos clubes do que só punir com a necessidade de jogar a 100 quilômetros da cidade-sede do clube.

- Sou favorável a outras modalidades de pena a serem aplicadas. A perda única exclusivamente de mando de estádio não tem gerado resultados. Deve haver uma discussão para que ocorram mudanças na legislação, para que tenham outras penas. É impossível acabar com isso, mas podemos diminuir – afirmou Flávio Zveiter.

Zveiter afirma que há mecanismos na lei para punir torcedores violentos

Recentemente, o Corinthians foi julgado pelo STJD pelo conflito dos seus torcedores com vascaínos, no empate entre os clubes em 1 a 1, pela 16ª rodada do Brasileirão, no estádio Mané Guarrincha, em Brasília. Na época, o Timão foi punido com a perda de quatro mandos de campo. Zveiter explica que o clube é punido pelo que os seus torcedores fazem porque são responsáveis por eles dentro dos estádios. O presidente concorda que deve haver punição mais severa para os envolvidos, mas que isso não compete ao STJD. Para ele, a lei existe, mas não é aplicada.

- O clube é responsável pelos seus torcedores. Então o STJD tem que punir o clube. Tem falha na Justiça comum, não na Justiça desportiva. Nós apenas julgamos o clube. A justiça normal julga o torcedor. O clube responde a nós pelos seus torcedores. A nossa pena não adianta, mas temos que julgá-los. Os marginais, que não são torcedores, também têm que ser julgados fora. Existem mecanismos de orientação para manter os torcedores fora dos estádios. Há leis que permitem que a polícia mantenha torcedores que costumam se envolver em brigas em reclusão a partir de duas horas antes do jogo e ficam até duas horas depois. É questão de prioridades. O Estatuto do Torcedor prevê que é responsabilidade do órgão público, prevê que torcedores que participam de brigas podem ser presos, com reclusão de um a três anos, prevê câmeras dentro de estádio. A lei existe e não compete à Justiça desportiva aplicá-la e sim à Justiça normal – disse o presidente do STJD.

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Flávio Zveiter ainda revelou que está tentando organizar uma reunião para discutir com outros órgãos de poder o que está acontecendo dentro dos estádios de futebol e tentar encontrar soluções para diminuir os conflitos entre torcedores.

- Não deveria ter que partir do STJD, não é nossa responsabilidade, mas já entramos em contato com outros órgãos, teremos reunião na semana que vem. É necessário que tenha um controle do Ministério Público em geral, do Judiciário, e nossa, para haver uma coordenação, uma cooperação entre todos os órgãos para buscarmos um objetivo em comum. Não adianta trabalharmos de maneiras diferentes. Sou favorável à torcida organizada, mas sou contra marginais infiltrados nessas torcidas que vão aos estádios simplesmente para brigar. Não dá mais para toda semana o STJD julgar briga de estádio. Tem uma briga de torcida, se debate, esfria e todo mundo esquece. Mas este ano estamos vendo que toda rodada tem uma briga. O STJD não tem responsabilidade, mas é o mais cobrado. E estamos tomando a iniciativa para podermos buscar o mesmo propósito e a partir dali caminharmos todos juntos – concluiu Zveiter.


Fonte: Arena SporTV

Foto: Reprodução SporTV