Postado por - Newton Duarte

Proibido para menores de 120 anos! Irã 0 x 0 Nigéria: Raio-X e os piores Momentos

No pior jogo da Copa até o momento, Irã e Nigéria não saem do zero

Na estreia de Curitiba na Copa do Mundo 2014, Irã e Nigéria abriram sua participação com o pior jogo até aqui na competição. No placar, o reflexo do que foi o jogo, o primeiro zero a zero, fazendo cair a alta média de mais de três gols por partida até aqui.

Poucas horas antes de a bola rolar, o clima era de tranquilidade no perímetro delimitado pela Fifa ao redor do Estádio. Bem diferente da região central, na Boca Maldita, onde um protesto terminou em quebra-quebra e confronto com policiais. Nos bares, enquanto acompanhavam a partida entre Portugal e Alemanha, torcedores aproveitavam para confraternizar com os animados iranianos, que aos poucos conquistaram a preferência dos brasileiros.

Animados, rapidamente se enturmavam com os torcedores locais, especialmente os do Atlético Paranaense, que compareceram em massa com as camisas rubro-negras, disputando espaço com nigerianos, iranianos, camisas do Brasil e, pela primeira vez desde a reforma da Arena, torcedores do Coritiba.

Nigéria Irã Empate

Principal jogador da Nigéria, o meio-campista Mikel, do Chelsea, pouco criou no jogo contra o Irã

Dentro, o clima de Atletiba se tornou evidente quando os atleticanos passaram a gritar por ‘Atlético, Atlético’. O som somente foi superado quando, na entrada das equipes, os gritos de ‘Irã, Irã’ passaram a dominar. Com a bola rolando, a Nigéria também ganhou incentivo, mostrando que o torcedor brasileiro, independentemente da qualidade técnica esperada, entrou no clima de Copa do Mundo.

Com o passar dos minutos, o jogo truncado, com muitos erros de passes e poucas chances de gol, passou a irritar o torcedor, que não poupou os dois times de sonoras vaias.

Na segunda rodada da primeira fase, o Irã vai enfrentar a Argentina, sábado, às 13 horas, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Já a Nigéria encara a Bósnia, no mesmo dia, às 19 horas, na Arena Pantanal, em Cuiabá.

O jogo – Poucas jogadas de ataque e muita correia. Assim foram os minutos iniciais da partida, com os africanos tocando mais a bola, enquanto os iranianos apostavam na raça. A bola chegou a balançar as redes aos seis minutos, após cobrança de escanteio, mas o arbitro parou o lance para marcar falta no goleiro.

A Nigéria cresceu no jogo e começou a pressionar. Aos sete minutos, Emenike chutou mascado e a defesa rebateu, no rebote, finalização cruzada, pela linha de fundo, com perigo. Haji Safi tentou o levantamento na área, aso 13 minutos, mas desperdiçou o raro ataque do Irã. A briga era intensa no meio-campo, com os nigerianos com dificuldade para passarem pela barreira adversária.

Isolado na frente, Ghoochannejad partiu para a jogada individual, aos 23 minutos, e foi travado com a defesa, pedindo falta na entrada da área, mas sem ser atendido. Lesionado, Oboabona deixou o gramado para a entrada de Yobo. Aos 29 minutos Musa cobrou falta e quase surpreendeu Haghighi, que se recuperou e cedeu escanteio.

Esperança iraniana, o atacante Reza Ghoochannejad se esforçou, mas não conseguiu balançar as redes

E quem quase abriu o placar, aos 32 minutos, foi o Irã, com Sadeghi, que subiu na área após cobrança de escanteio e testou para grande defesa de Enyeama, levantando a torcida. Sem melhores opções, Emenike, aos 40 minutos, abriu o espaço e bateu fraco, para fora. Com o apito final, vaias pelo zero a zero.

Para a segunda etapa, nenhuma modificação nas equipes que retornaram do intervalo. Aos três minutos, Moses tentou o cruzamento e Haghighi quase se complicou na hora de afastar. Na resposta, aos cinco minutos, Ghoochannejad abriu espaço e soltou o petardo pela linha de fundo. O técnico Stephen Keshi fez mais uma mudança na Nigéria com a entrada de Ameobi no lugar de Moses.

A partida seguia truncada, bem diferente dos demais jogos desta Copa do Mundo. Aos 12 minutos, Heydari chegou ao fundo e cruzou para saída precisa de Enyeama. O Irã estava melhor na segunda etapa, e se arriscava nos contra-ataques. Porém, mais uma vez isolado, Ghoochannejad tinha dificuldade de passar pela última linha de defensores. Aos 21 minutos, o atacante pegou de primeira na entrada da área e isolou.

Chute a gol mesmo somente aos 34 minutos, com Timotian, que arriscou de fora da área um tiro rasteiro, sem perigo algum. Na reposta, um raro lance de categoria. Musa entrou um buraco na defesa iraniana e soltou uma bomba, para fora, com o goleiro vendido. Aos 41 minutos, Ameobi testou e Haghighi segurou sem problemas. Um ponto para cada time, que precisarão mostrar mais diante de Bósnia e Argentina.


Irã 0 x 0 Nigéria

Copa do Mundo – Grupo F


Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)

Data: 16 de junho de 2014, segunda-feira

Horário: 16 horas (de Brasília)

Árbitro: Carlos Vera, do Equador

Assistentes: Christian Lescano e Byron Romero, ambos do Equador

Irã: Alireza Haghighi; Montazeri, Amirhossein Sadeghi, Jalal Hosseini e Pooladi; Nekounam, Timotian, Haji Safi e Dejagah (Jahan Bakhsh); Heydari (Shojaei) e Goochannejad

Técnico: Carlos Queiroz

Nigéria: Enyeama; Ambrose, Oboabona (Yobo), Omerou e Oshaniwa; Onazi, Mikel, Azeez e Moses (Ameobi); Musa e Emenike

Técnico: Stephen Keshi

OS GOLS

Irã Nigéria Gols Não Deu

Irã Nigéria Gols Não Deu

O CARA

Vincent Enyeama basicamente não trabalhou, mas, na única  bola em que realmente precisou fazê-lo foi muito bem, evitando o gol de Reza. O iraniano foi o que mais tentou algo para tirar o zero do placar, mas escolhemos Enyeama como destaque até mesmo para retratar bem o que foi o jogo: um goleiro que fez apenas uma defesa foi o destaque. É, o jogo foi ruim assim.

A TÁTICA

Escalações iniciais de Irã e Nigéria

Escalações iniciais de Irã e Nigéria

Apesar de, no papel, os esquemas serem os mesmos, o Irã se posicionou muito mais recuado que os nigerianos, que é quem propuseram o jogo. Reza ficava isolado lá na frente em grande parte do tempo. Já a Nigéria, mesmo veloz e mais avançada, não conseguiu passar pela barreira iraniana, mais pela própria falta de qualidade na criação que por algum trabalho defensivo destacável. Emenike, que deveria ser a referência, foi apenas um jogador solto lá na frente em um time sem a conexão necessária entre os setores.

A ESTATÍSTICA

10

Número de jogos em Copas do Mundo que demorou para que o Irã ficasse sem sofrer um gol na competição. Em todos os nove confrontos anteriores, os iranianos haviam sido vazados. Ponto positivo para Haghighi (ou negativo para a Nigéria).

Jogador por jogador, as avaliações de Irã 0×0 Nigéria

Nigéria Irã Empate

IRÃ

Alireza Haghighi – 6

Defendeu quatro chutes na partida, nenhum muito difícil. Não mostrou tanta confiança nas saídas do gol. Foi o primeiro goleiro da história de seu país a não ser vazado em uma Copa.

Pejman Montazeri – 5

Discretíssimo, pegou muito pouco na bola, mesmo jogando os 90 minutos.

Jalal Hosseini – 5,5     

O zagueiro foi importante para conter os ataques aéreos. No geral, foi bem.

Amir Hossein Sadeqi – 5

Pouco trabalho para o zagueiro central, que mal pegou na bola.

Merhdad Pooladi – 5,5

Compôs muito bem defensivamente, fechando o lado esquerdo da defesa. Em compensação, foi nulo no apoio.

Andaranik Teymourian – 6

O principal cão de guarda do Irã, acumulou cinco roubadas de bola e participou bastante da saída de bola, mas errou muitos passes.

Javad Nekounam – 6

Uma das estrelas do elenco, foi quem mais garantiu qualidade técnica ao meio de campo. Arriscou a gol e serviu os companheiros, apesar da imprecisão.

Khosro Heydari – 4,5

Não fez nada na defesa. E também nada no ataque. Um espírito perdido em campo.

(Masoud Shojaei) – sem nota

Mal teve tempo de pegar na bola.

Ashkan Dejagah – 4,5

Para quem é uma das principais referências ofensivas da equipe, foi apagado demais. Pouquíssimo participativo em campo.

(Alireza Jahanbakhsh) – sem nota

Jogou por apenas 12 minutos, sem contribuir muito.

Ehsan Hajsafi – 4,5

Não ajudou em nada o seu parceiro de ataque. Faria a mesma diferença se tivesse permanecido no vestiário.

Reza Ghoochanneijhad – 6,5

Foi quem mais representou perigo no ataque iraniano. Das nove finalizações do time, quatro foram do atacante, incluindo uma magistralmente defendida por Enyeama.

NIGÉRIA

Vincent Enyeama – 6,5

O goleiro não foi muito exigido durante a partida. Mas, quando os nigerianos precisaram dele, fez uma defesa sensacional.

Efe Ambrose – 6

Participativo no ataque, até se esforçou para que o zero saísse do placar. Em vão.

Kenneth Omeruo – 5,5

Sem trabalho na defesa, ajudou mais na saída de bola e se impôs no jogo aéreo.

Godfrey Oboabona – 5

Outro que só assistiu. Para sua sorte, só por 30 minutos, quando saiu lesionado.

(Joseph Yobo) – 5,5

Mero espectador da partida, o zagueiro rodado apareceu pouco.

Juwon Oshaniwa – 6

Importante para frear as subidas iranianas ao ataque e na administração da posse de bola.

Ogenyi Onazi – 6,5

O mais ativo no time de Gana, valeu por quase todos os seus companheiros. Esforçou-se bastante defensivamente e foi um dos que mais levaram perigo no ataque.

John Obi Mikel – 5,5

Incansável, ajudou o domínio do meio-campo. Cumpriu o seu papel.

Ahmed Musa – 4,5

Para quem é um dos melhores jogadores ofensivos do time, contribuiu muito pouco.

Ramón Azeez – 5

Trabalhou bem a bola e demonstrou técnica, mas os erros o impediram de ir além.

(Peter Odemwingie) – 5,5

Teve pouco tempo em campo, mas até agradou, diante do marasmo que a Nigéria vivia.

Victor Moses – 4

Ameaçou por um chute. No resto do tempo, nem parecia que estava em campo.

(Shola Ameobi) – 5

Seguiu a estratégia de Moses de aparecer pouco, embora tenha ameaçado um pouco mais no ataque.

Emmanuel Emenike – 5

O centroavante ficou muito isolado o jogo todo. Ameaçou a meta adversária raras vezes.

ÁRBITRO

Carlos Vera – 6

Em um jogo tão modorrento, já tem seus méritos por ficar acordado. Não precisou interferir.


Fonte: Luiz Felipe Fagundes - GENET

Foto: AFP