Postado por - Heitor Montes

Acreditando que penas foram brandas em julgamento do Ba-Vi, promotor promete recurso

Nesta terça-feira (27), ocorreu o julgamento da confusão do Ba-Vi do dia 18 de fevereiro. Porém, não foram todos que ficaram satisfeitos com o resultado. O procurador Ruy João declarou, após a decisão do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA), que irá recorrer das sentenças.

Sete jogadores envolvidos na briga generalizada levaram suspensões. O Vitória foi multado em R$ 100 mil por conta do encerramento prematuro da partida, mas o técnico Vagner Mancini, o supervisor Mário Silva, além de André Lima, Ramon, Fernando Miguel e Bruno Bispo, foram absolvidos da acusação de terem encerrado o Ba-Vi intencionalmente. Ruy João acredita que as penas aplicadas foram muito leves:

A Procuradoria, obviamente, não pode se sentir confortável com o resultado de um julgamento dessa natureza. Um clássico do Ba-Vi que produz estragos nacionais e internacionais não ser apenado como manda a lei. As penas foram brandas, muito leves, que não representam o anseio nem da Procuradoria nem da sociedade e muito menos de desportistas que gozam de respeito e que procuram buscar a ética no futebol. Com certeza absoluta, a Procuradoria irá recorrer

O Bahia, também insatisfeito com o resultado do julgamento, analisa se irá entrar com recurso. Vitor Ferraz, vice-presidente do clube, lamnentou, após a decisão do TJD o que ele chamou de “mensagem” que o Tribunal enviou ao público que acompanha o esporte.

Agora existem outras questões que precisam ser vistas. A mensagem que passa ao público, às pessoas que acompanham o esporte, em relação à atitude absolutamente lamentável que é abrir mão da disputa esportiva, que é, na verdade, o espírito daquilo que se busca no esporte, a prática da modalidade em si. Quando você abandona uma partida no seu decurso, é necessário que se tenha uma punição à altura, e não foi o que aconteceu aqui hoje

Vitor Ferraz foi incisivo e declarou que não existe possibilidade do Bahia deixar o Campeonato Baiano, pois o clube honra sua tradição e não abandona competições que estejam em disputa.

O Bahia honra a sua tradição. O Bahia não abandona certames durante o seu decurso. O que se questiona aqui, o que se coloca para que as pessoas pensem, é em relação à credibilidade da própria competição. As equipes que disputam a competição têm que buscar a sua valorização. Então decisões que não respondam à altura da gravidade dos fatos põem, sim, em risco a credibilidade das instituições e da própria competição. E essa mensagem a gente entende que é uma mensagem perigosa, que tem que ser vista com muito cuidado.

O Bahia teve indeferido o seu pedido de entrar como terceiro interessado no julgamento. Para Ferraz, o clube pode entrar com recurso para que seja reconhecido como terceiro interessado, mas tudo isso será avaliado.

A gente vai avaliar. Primeiramente, se faz necessário que o recurso busque o reconhecimento do que a lei determina, no sentido de que o Bahia possa participar como terceiro interessado, que evidentemente é. É uma análise muito simples que se dá, com respeito a todo o entendimento dessa corte. Mas não há que se duvidar do interesse do Esporte Clube Bahia e da necessidade da sua participação, tendo sido manifestado assim pelo clube.

Punições

Vitória

Por envolvimento na briga:
Kanu: suspenso por 10 jogos do Campeonato Baiano; absolvido da acusação de ameaça.

Denilson: suspenso por oito jogos do Campeonato Baiano.

Rhayner: suspenso por oito jogos do Campeonato Baiano.

Yago: suspenso por oito jogos do Campeonato Baiano.

Fernando Miguel: absolvido.

Por encerrar a partida deliberadamente:
Ramon: absolvido.

André Lima: absolvido.

Vagner Mancini: absolvido.

Mário Silva: absolvido.

Bruno Bispo: absolvido.

Bahia

Por envolvimento na briga:
Edson:
 suspenso por oito jogos do Campeonato Baiano.

Rodrigo Becão: suspenso por oito jogos do Campeonato Baiano.

Lucas Fonseca: absolvido.

Vinícius: suspenso por dois jogos do Campeonato Baiano.