Postado por - Newton Duarte

Quando o STJD resolve 'fazer o gol do título'

Dez vezes em que o STJD mudou os rumos de um campeonato

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O Superior Tribunal de Justiça Desportiva faz parte do cotidiano do futebol brasileiro. Não deveria ser tanto assim. E não era, até meados da década de 1990. O tribunal ligado à CBF já existia desde os tempos de CBD. Suas decisões, no entanto, eram bem menos recorrentes para influenciar as principais competições do país. Logicamente, o STJD cuidava dos imbróglios dentro do esporte, mas quase sempre seu papel se limitava a julgar relações de jogadores com clubes e punições dentro de campo. As medidas mais polêmicas, quase sempre, eram tomadas pela própria cartolagem, em tempos de relações muito próximas com o governo.

Ainda assim, desde a década de 1970 já é possível identificar ações do STJD que acabaram sendo decisivas para os clubes brasileiros. Os grandes casos não eram tão constantes e, quase sempre, o dedo da CBD/CBF era visível – às vezes, até mesmo para desautorizar o seu tribunal. Porém, a atuação do organismo se tornou costumeira nos últimos 20 anos. Na maioria das vezes, para alterar o resultado do que aconteceu dentro de campo. Como no exemplo mais recente, a eliminação do Grêmio na Copa do Brasil após caso de injúria racial contra o goleiro Aranha, do Santos.

Abaixo, relembramos 10 casos polêmicos no qual o STJD esteve envolvido e que acabaram sendo marcantes. Que fique claro, não é um juízo de valor para o que foi resolvido nos tribunais. Também não foram levados em conta os “tapetões” em que o STJD não se envolveu. De qualquer forma, o impacto desses episódios nos rumos do futebol brasileiro é inegável:

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Foto 1 - A inversão do mando na final de 1974 – O Cruzeiro teria o direito de disputar o jogo de desempate da decisão contra o Vasco em casa, por ter feito a melhor campanha. Mas, por causa da tentativa de agressão de um dirigente mineiro ao árbitro, os cariocas conseguiram a inversão do mando no STJD e foram campeões dentro do Maracanã.

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Foto 2 - Reinaldo fora da decisão de 1977 – Expulso por agressão contra o Fast Club, na segunda rodada da terceira fase do Brasileiro, Reinaldo só foi julgado pelo STJD cerca de um mês depois. Perdeu a final contra o São Paulo. Serginho Chulapa também foi punido no mesmo julgamento, mas por expulsão na semifinal.

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Foto 3 - A segunda fase inchada de 1986 – O Joinville ganhou pontos no STJD por causa de um jogador irregular do Sergipe. O Vasco, desclassificado por isso, acionou a justiça comum e aumentou o número de classificados à segunda fase, de 32 para 36. Por conta do caso, o rebaixado Botafogo brigaria para tirar o Joinville do BR-87, ajudando a impulsionar a Copa União.

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Foto 4 - Coritiba rebaixado em 1989 – Por conta de um amistoso da Seleção, o Vasco teve seu jogo pela última rodada da 1ª fase transferido. O Coritiba se sentiu prejudicado e acionou o STJD para adiar também seu jogo contra o Santos. A decisão do tribunal foi revogada pela CBF, que deu WO dos alviverdes e o rebaixou à terceirona.

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Foto 5 - Edmundo na final de 1994 – O STJD puniu Edmundo com 40 dias de gancho, por briga contra o São Paulo. Porém, o atacante conseguiu um efeito suspensivo e pôde entrar em campo na decisão contra o Corinthians, fazendo gol na vitória do Palmeiras por 3 a 1. Em 1997, outro efeito também permitiu ao atacante jogar a final pelo Vasco, 0 a 0 contra o Palmeiras.

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Foto 6 - Os clubes salvos em 1996 – O esquema de suborno de árbitros liderado por Ivens Mendes fez o Atlético-PR ser suspenso pelo STJD, embora o Corinthians também tivesse ligações. No fim, o Furacão foi punido com cinco pontos e mandos de campo na já fechada Baixada, enquanto Fluminense e Bragantino foram resgatados do rebaixamento pela CBF.

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Foto 7 - O caso Sandro Hiroshi – A escalação do atacante, cuja transferência havia sido bloqueada pela CBF, fez com que Botafogo e Inter recorressem ao STJD pelas derrotas ao São Paulo. O imbróglio salvou ambos do rebaixamento e motivou o Gama a abrir um processo. Para acomodar todos os clubes e ainda resgatar outros, nasceu a Copa João Havelange.

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Foto 8 - A morte de Serginho e a punição ao São Caetano – Durante a partida contra o São Paulo no Morumbi, o zagueiro Serginho sofreu uma parada cardiorrespiratória, falecendo na sequência. O STJD avaliou que houve negligência do São Caetano em relação ao quadro médico do atleta e puniu o clube em 24 pontos, indo da 5ª à 18ª posição no Brasileiro de 2004.

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Foto 9 - A Máfia do Apito muda os rumos em 2005 – O envolvimento de Edilson Pereira de Carvalho em um esquema de manipulação de resultados fez com que o STJD anulasse 11 partidas do Brasileirão e as remarcasse. Com os novos duelos, o Corinthians conseguiu ganhar quatro pontos a mais do que naquelas ocasiões e ficou com a taça.

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Foto 10 - A salvação do Fluminense e queda da Lusa em 2013 – O último grande caso de repercussão no Brasileiro foi a escalação irregular do meia Héverton, da Portuguesa, que estava suspenso. O erro provocou a perda de pontos dos rubroverdes e permitiu que o Fluminense se mantivesse na primeira divisão graças aos tribunais.