Postado por - Newton Duarte

Querendo resgatar mística de 1988, Diretor promete conversa individual com Maxi e Lomba

Nostalgia: Apresentado, Alexandre Faria quer resgatar mística de 1988

Na apresentação, diretor não fala sobre novos contratos; Zagueiro e Tchô fazem exames. Faria promete conversa individual com Maxi Biancucchi e Marcelo Lomba

Um Bahia como aquele místico time comandado por Evaristo de Macedo em 1998. Um Bahia que lotava a Fonte Nova e fazia tremer rivais gigantes como o Internacional e o Fluminense. Nostalgia? Não para Alexandre Faria, novo diretor de futebol do Bahia. Para o dirigente, o time de campeão brasileiro no final de década de 80 precisa servir de inspiração para o novo Bahia que começa a ser montado para a temporada de 2015. Apresentado na manhã desta segunda-feira, Faria pediu um voto de confiança ao torcedor na montagem de um time que devolva à torcida o seu orgulho.

- O Bahia tem que fazer um time bom, que alegre a torcida e dê orgulho. Depois que conversei com o presidente, que vi a mentalidade, veio na cabeça aquele time de 88. Eu vi aquela Fonte Nova lotada, o Bahia era meu time de futebol de botão. O Bahia tem que voltar a ser aquele time. O Sérgio [Soares] fala uma coisa que eu concordo. Eu nunca vi a torcida vaiar jogador que se entrega dentro de campo. A gente quer um time que tenha qualidade técnica, que proponha o jogo, porque o Bahia é o time a ser batido na Série B. O dirigente não tem direito de pedir nada a torcida do Bahia. O que a gente está pedindo é um voto de confiança. O perfil do time é um que proponha o jogo e faça a torcida sentir orgulho - disse.

Novo dirigente já comandou o Bahia nos tempos de futebol de botão (Foto: Jayme Brandão/ Divulgação/ EC Bahia)

E nesse novo Bahia, a orientação do presidente Marcelo Sant'Ana é clara: a ordem é não divulgar os nomes dos novos contratados sem antes acertar todos os detalhes, e o último estágio são os exames médicos. O meia Tchô e mais um zagueiro já estão em Salvador e realizaram exames na manhã desta segunda, mas só depois do aval do departamento médico tricolor eles serão anunciados. Os dois participaram da reunião que aconteceu no Fazendão, no dia da reapresentação do elenco.

Ao lado de Alexandre Faria, Sant'Ana comentou sobre essa nova prática que, a partir de agora, será regra no Fazendão.

- Os dois jogadores que acertamos estão em Salvador. Estavam na reunião com os atletas. Agora, eu preciso do resultado do exame médico para que possa anunciar. Todos os detalhes já estão acertados, mas eu preciso que o departamento médico me autorize a divulgar. Eles já estão em Salvador e estavam na apresentação. Durante o dia, podemos fechar com mais um ou dois atletas. É provável até que isso aconteça. Mas precisamos ter responsabilidade. Existe realmente uma negociação com esse atleta [Tchô]. Agora, confirmar, só quando todas as pendências forem regularizadas – afirmou o presidente.

Ordens são ordens, e o novo diretor de futebol não falou sobre os novos contratados. Restou, então, comentar a situação de alguns atletas que tiveram um rendimento abaixo do esperado no ano em que o Bahia foi rebaixado para a Série B, casos de Maxi Biancucchi e Marcelo Lomba. Antes de tomar qualquer decisão, Alexandre Faria afirmou que vai conversar individualmente com cada atleta.

- É uma honra trabalhar no Bahia. Espero construir um relacionamento transparente. Tivemos uma reunião, foi o primeiro contato com o elenco, e posicionamos o nosso plano de trabalho. Falamos sobre o departamento de futebol. Todos que têm contrato, com exceção do Lincoln que não tem, é porque mostraram qualidade. Vamos conversar com eles no decorrer do dia de hoje. Ainda não tivemos as conversas individuais. A partir daí, tomaremos as decisões se alguém vai sair ou não – revela Faria.

A gente entende a ansiedade pela divulgação de nomes. É normal. Mas o presidente fala uma frase que eu gosto muito: "se você quer resultados diferentes, não pode continuar fazendo as mesmas coisas". Existe uma prioridade de aproveitar as categorias de base. Eu gosto de acompanhar a base. Quando falam para mim de Bruno, Jeam, Gamboa, Rômulo... Eu conheço todos esses atletas. E é impossível aproveitar esses atletas se vocês traz jogadores para compor elenco. A questão do zagueiro e do meia, hoje temos três na zaga e o Sérgio quer trabalhar com cinco zagueiros. Temos um quarto que está negociando, e o quinto pode ser um jogador da base. Rômulo é um atleta de uma qualidade técnica acima da média e precisamos trabalhar com cuidado. É um atleta que acreditamos e esperamos, mas não podemos queimar etapas, por isso outro meia [Tchô]. Não queremos cometer esse erro.

Presidente Marcelo Santana compareceu à apresentação de Alexandre Faria (Foto: Jayme Brandão/ Divulgação/ EC Bahia)

FOLHA SALARIAL

Dez mil pode ser caro e cem mil pode ser barato. Depende do retorno que você tem. Eu entendo essa realidade, quando o clube cai de divisão precisa passar por uma reestruturação, mas tem que ter calma. Se um atleta chega com um salário alto, ele chegou aqui merecendo isso. Se a gente quer mudar a gestão, a gente tem que ter critério para mudar a gestão e temos que avaliar individualmente cada caso. Não podemos tomar decisões precipitadas. Eu não quero abrir mão de atletas como Lomba, Titi, Maxi.

ORÇAMENTO

Eu não estou autorizado a falar sobre a parte financeira. Ele [Marcelo Sant'Anna] passou um número. Foi um acordo que fiz com ele, que guardasse esse número. Mas é um número que vai dar para fazer um belo de um time. O Sérgio já revelou que tem o interesse em trabalhar com alguns atletas: Robson, Iuri, Bruno, Jeam, Bruno Zé Roberto, Jeferson. E alguns atletas do Sub-20 também estão sendo observados. No América-MG, fizemos uma integração do sub-20 com o profissional. Pelo menos uma vez na semana, os não relacionados com os jogadores do sub-20. Foi uma experiência que deu certo.