Postado por - Newton Duarte

Quero tomar cerveja na Fonte Nova

Quero tomar cerveja na Fonte Nova


Desde que o Campeonato Brasileiro começou a ser disputado por pontos corridos, o futebol baiano nunca esteve tão bem na competição. Nossos dois representantes ocupam posições de destaque na classificação, a média de público na Fonte Nova é uma das maiores do Brasil, e, a partir de amanhã, Dia dos Pais, as crianças com até 6 anos estarão isentas do pagamento de ingresso. Mas, sinceramente, acho que os torcedores ficarão ainda mais satisfeitos quando a cerveja voltar a ser comercializada nos estádios.

Depois de conseguir com os executivos da Fonte Nova Negócios e Participações, empresa que administra o estádio, ampliar a gratuidade para as crianças, os torcedores do futuro, vou defender a liberação da venda da cerveja nos estádios. O artigo do Estatuto do Torcedor, que proíbe a comercialização do produto, é uma afronta à livre iniciativa de mercado, é uma afronta à tradição nos estádios brasileiros, desde que São Januário foi inaugurado, na segunda metade dos anos 1920.

A justificativa de que proibição da venda de cerveja reduz a violência nos estádios é uma falácia. Os torcedores do Vitória e do Bahia, por exemplo, compram o produto na porta do estádio ou ficam nos bares até cinco ou dez minutos antes de os jogos começarem. Bebem demasiadamente, às vezes, mais do que beberiam normalmente, na ansiedade de chegar a hora do jogo! Na Copa das Confederações, a cerveja foi comercializada normalmente. Por que dois pesos e duas medidas? Só porque a empresa que organiza a competição tem duas marcas de bebidas entre seus patrocinadores?

Existem estudos acadêmicos comprovando que a violência nos estádios brasileiros acontece antes e depois dos jogos e, muitas vezes, as brigas são "marcadas" pelas redes sociais. Com a modernização dos palcos e o amadurecimento dos torcedores, porém, o perfil dos que comparecem aos jogos vem mudando. A fiscalização está mais rigorosa, as punições têm acontecido, embora timidamente - um torcedor do Bahia que quebrou uma cadeira da Fonte Nova vai pagar o equipamento e foi proibido de frequentar o estádio em duas partidas -, e as famílias estão de volta. A chave para garantir a paz nos estádios passa, portanto, pela identificação e punição aos baderneiros, jamais pela proibição da comercialização da cerveja.

A venda de produtos alcoólicos em estádios foi proibida há sete anos, por um acordo realizado entre a Confederação Brasileira de Futebol, órgãos de Justiça e leis estaduais. Está na hora dessa proibição ser revertida, para o bem dos torcedores. O governo brasileiro não pode ser refém da entidade que patrocina competições internacionais, que exigiu e conseguiu a liberação da comercialização do produto na Copa das Confederações e no Mundial do ano que vem, enquanto os campeonatos nacionais são tratados de maneira diferente.

E a cada jogo, faltando 5 minutos para o início, sempre é a mesma coisa, torcedores "empapussados" de cerveja se amontoando para entrar nos estádios, se empurrando e colocando em risco a vida deles mesmos, além do problema para os organizadores do evento.

E aqui reforço, não entendam como um estímulo ao consumo de cerveja, até porque, na ânsia, podem beber mais do lado de fora! Defendo sim a livre iniciativa de mercado e o direito e o conforto do consumidor.

Quem não quer ter o direito de acompanhar os jogos do Bahia e do Vitória tomando uma cervejinha?

* Tiago Correia   é vereador em Salvador pelo PTN, presidente da Comissão de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Câmara


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Fonte: Tiago Correia* - Correio*

Foto: Internet