Rafael Miranda rechaça 'falta de pegada' e pede maior compactação
Volante pede que o Bahia aproveite 'semana cheia' de preparação antes de jogo contra o Grêmio. Gaúchos entram em campo no meio da semana
O Bahia que surpreendeu a todos no início do Campeonato Brasileiro não tem aparecido em campo nas últimas rodadas. A marcação avançada, organização tática e postura ofensiva que arrancaram elogios nos 3 a 0 contra o Flamengo, ainda no primeiro turno, por exemplo, parecem ter ficado apenas na lembrança do torcedor.
Mas nem era preciso ter ido tão longe. Neste segundo turno, quando o Bahia venceu o Vitória por 2 a 0, na Arena Fonte Nova, o time voltou a apresentar o futebol que fez Cristóvão Borges ser apontado como um dos melhores treinadores da competição.
O problema é que, de lá para cá, o Tricolor acumula uma série de resultados negativos: são três derrotas e um empate. Junto com a má fase, vieram as críticas ao setor de marcação, apontado por falhas em diversos gols.
Um dos homens responsáveis pela marcação no meio de campo tricolor, Rafael Miranda é indicado a falar sobre o assunto. Quando questionado se está faltando 'pegada' ao time de Cristóvão, o volante negou. Para ele, o problema é outro: falta de organização dentro de campo.
– Eu vejo de outra forma. Quando o time perde a organização dentro de campo, você chega atrasado nas jogadas. Com isso, quem está fora talvez pense que o time perdeu a pegada ou que diminuiu a marcação. Mas quando o time se desorganiza, é difícil chegar inteiro. E, principalmente, quando a confiança está baixa, a gente se precipita em algumas jogadas, e parece que perdeu a pegada – avalia Rafael Miranda, que guardou algumas críticas específicas para a partida contra o Atlético-PR, que terminou empatada em 1 a 1.
– Nesse jogo [contra o Furacão], especificamente, a gente perdeu essa compactação que tinha sido o nosso ponto forte. Quando acontece isso, a sensação é a de que o time não está marcando bem, que o time chega atrasado. A gente depende disso [compactação] para fazer bons jogos – afirma.
Rafael Miranda pede que o time volte a ser compacto
A partida contra o Grêmio pode ser a oportunidade perfeita para a reabilitação do Bahia. Isso porque o time baiano terá a semana inteira para se preparar para o duelo, coisa que não acontecia há três meses. Já a equipe gaúcha entra em campo no meio de semana contra o Atlético-PR, pelas semifinais da Copa do Brasil.
Para Rafael Miranda, o maior tempo de descanso e preparo é um trunfo em relação ao adversário e precisa ser aproveitado.
– Esse tempo será importante por causa da parte física. Se não me engano, nos últimos meses, essa é primeira vez que teremos a semana cheia. É bom para recuperar alguns jogadores que precisam de fortalecimento. Como o Grêmio vai ter jogo no meio de semana, a gente pode aproveitar a parte física – declara.
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'Se não fizermos a nossa parte, vai complicar', avisa Rafael Miranda
Ajudado por outros resultados do Brasileirão, Bahia sobe uma posição na 31ª rodada, mas não está livre da luta contra a zona do rebaixamento
Apesar de enfrentar um jejum de quatro jogos sem vitórias, o Bahia permanece fora da zona de rebaixamento. Essa condição só é possível graças à ajuda dos adversários diretos na luta contra a degola, que também atravessam má fase e não conseguem somar três pontos.
Na última rodada, mesmo com o empate em casa diante do Atlético-PR, o Tricolor foi beneficiado pelos tropeços de Fluminense e Vasco, e subiu da 16ª para a 15ª posição, além de abrir mais um ponto para o Z-4 – agora são quatro pontos de diferença para Ponte Preta e Vasco.
Na teoria, não foi uma rodada a se lamentar. Na prática, não é bem assim. Para o volante Rafael Miranda, se o Bahia não fizer a sua parte, a situação pode se complicar.
– Em relação à pontuação, de uma certa forma a gente está sendo ajudado. Essa diferença está se mantendo. Mas se não fizermos a nossa parte, vai complicar. A pontuação para não cair ainda está distante. Então temos que esquecer quem está embaixo e fazer nossa parte – avisa Rafael Miranda.
– Quando estamos no nosso jogo, só pensamos no nosso. Quando não vem a vitória, aí pensamos no que aconteceu na rodada. Nossa conversa é sempre a de reagir no próximo jogo. Quando não acontece, não é porque não tentamos ou não queríamos. Mas a conversa é sempre essa. Agora vamos tentar reagir contra o Grêmio. Não podemos depender dos resultados das outras partidas. Só dependemos de nós mesmos - afirma.
Treinador a longo prazo
Apesar de ocupar a parte de baixo da tabela e viver uma má fase, Cristóvão Borges, que chegou ao Bahia pouco antes do início do Brasileirão, segue firme e forte no cargo. O caso é uma exceção. Prova disso é que, do 13º colocado para baixo, o técnico tricolor é o único que permanece no cargo passadas 31 rodadas.
Rafael Miranda aprova essa postura. O volante acredita que, para render bons frutos, o trabalho de um treinador tem que ser a longo prazo.
– Eu gosto dessa mentalidade que hoje foi implantada no Bahia. Trabalho de treinador é a longo prazo, porque a gente conhece a metodologia do treinador. Fizemos grandes partidas esse ano, o que significa que o time foi bem armado. Trocar treinador durante o campeonato não é uma boa ideia. O Bahia está tomando essa decisão acertada – analisa.
Fonte e fotos: Rafael Santana – GE.COM