Postado por - Newton Duarte

Rafinha elogia torcida e diz: 'Acredito no meu potencial'

Xodó de Zico, Rafinha elogia torcida e decreta: 'Acredito no meu potencial'


Atacante conta que conversou com Feijão ao chegar no Fazendão, avalia que o corpo franzino não é problema dentro de campo e promete empenho no Bahia


No Catar, olhos atentos vigiam o Bahia. Técnico do Al-Gahafa, Zico acompanha de longe os passos do Tricolor na temporada 2014. O interesse, contudo, não é pela torcida apaixonada ou pela reformulação pela qual o clube passou dentro e fora das quatro linhas. O Galinho de Quintino observa atentamente o time de Marquinhos Santos por causa do atacante Rafinha, cria do CFZ e que se tornou uma espécie de xodó do maior ídolo da história do Flamengo.

Rafinha conversou com a equipe do GE.COM no Fazendão

A relação entre o ex-jogador e o atacante tricolor é antiga. Rafinha é cria do CFZ, clube criado por Zico, e chegou ao Flamengo quando o Galinho era diretor de futebol na Gávea. Mesmo longe, os dois costumam se falar constantemente. E o Bahia está presente no bate-papo. Contratado pelo Tricolor por empréstimo no início deste ano, em uma troca que envolveu o volante Feijão, Rafinha conta que recebeu conselhos de Zico antes de assinar com o clube baiano.

- Falo com o Zico no Whatsapp, mando mensagens. Ele é bastante presente na minha carreira. Me disse que foi uma oportunidade boa assinar com o Bahia, que terei chance de jogar. Que o Bahia é um clube grande. Sai de um clube grande e fui para outro. Que é uma chance de agradar à torcida, que é apaixonada – contou o atacante tricolor, em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com.

Os conselhos de Zico, entretanto, não impediram que Rafinha se envolvesse em uma polêmica antes mesmo de ser apresentado com a camisa do Bahia. Ao saber da conclusão do negócio, o atacante disse que pretendia usar a experiência no clube baiano para voltar ‘ainda melhor’ ao Flamengo. A declaração não foi bem aceita pela torcida tricolor. Após duas semanas no Fazendão, Rafinha tenta desfazer o mal-entendido.

- As pessoas interpretaram mal. Fui emprestado. Lógico que os torcedores do Bahia não gostaram do jeito que foi publicado. Mas espero escrever meu nome no clube nesse período em que eu estiver aqui. É um grande clube. Não teria aceitado esse desafio se não fosse um grande clube, com uma torcida maravilhosa. Quando fiquei sabendo da possibilidade de vir para o Bahia, aceitei na hora. O Bahia é um grande clube  - justificou.

Além de conselhos de Zico, Rafinha também teve uma conversa com o volante Feijão ao chegar no Fazendão. Torcedor assumido do Tricolor, o volante falou ao atacante sobre a paixão da torcida baiana. O bate-papo foi rápido, mas serviu para reviver as lembranças do novo reforço do Bahia. No ano passado, o jogador esteve na Arena Fonte Nova e presenciou a festa do torcedor na Arena Fonte Nova no duelo entre Bahia e Flamengo, válido pelo primeiro turno do Campeonato Brasileiro.

- Conheci o Feijão quando cheguei aqui. Nunca tinha jogado contra. Todo mundo que eu chego para conversar me fala. Eu presenciei a força da torcida. Vi com meus próprios olhos a paixão do torcedor, que tem uma força espetacular. Vim para um jogo entre Flamengo e Bahia e vi isso. Fiquei feliz de ter surgido essa oportunidade - comentou.

Xodó de Zico, Rafinha sabe que terá grande responsabilidade no Bahia. Substituir Feijão, que virou jogador folclórico no clube, é uma tarefa árdua. O atacante, no entanto, deixa claro que não se assemelha ao volante em personalidade e que pretende construir sua marca dentro de campo.

Rafinha conta que conversou com o volante Feijão ao chegar no Bahia

- O Feijão é o Feijão e eu sou eu. A torcida gosta bastante dele e espero construir minha história aqui – destacou Rafinha.

CHANCE DE UMA SEQUÊNCIA

Rafinha surgiu no Flamengo de forma meteórica. Rápido, habilidoso e com gols marcantes, o atacante que havia acabado de surgir das categorias de base do clube carioca conquistou a torcida rubro-negra e ganhou o rótulo de ‘melhor que Neymar’. O alto nível, entretanto, não se manteve durante toda a temporada. Após um ótimo Campeonato Carioca, o jogador caiu de rendimento. De estrela, passou a ser figurante e viu as comparações ao jogador do Barcelona desaparecerem das arquibancadas.

No Bahia, o atacante espera ter a chance de mostrar que o ótimo desempenho no Carioca do ano passado não foi apenas um episódio isolado. Rafinha aposta na maturidade conquistada na primeira temporada como profissional para manter um bom nível de apresentações durante todo o ano de 2014.

- Joguei bastante jogos ano passado. Titular várias vezes. No Campeonato Carioca, Copa do Brasil, fiz o primeiro gol do time na competição. Joguei contra o Cruzeiro no Maracanã. Até depois que fiquei fora alguns jogos, o Mano Menezes não me conhecia, fiquei cinco ou seis jogos de titular com ele. A queda de rendimento foi normal, mas voltei bem. Sai do time, o que é normal. Acho que foi uma queda normal. Hoje estou muito mais maduro. Vou buscar meu espaço aqui no Bahia. Treinar bastante para isso – comentou o atleta.

Em 2013, Rafinha disputou 44 jogos com a camisa do Flamengo e marcou três gols. Com um corpo franzino, o atacante tem um físico que destoa de boa parte do elenco do Bahia. Mas o jogador garante que a magreza não é problema. Pelo contrário, já que ajuda na movimentação em campo e na velocidade para ganhar na corrida dos adversários.

- Tenho 56 quilos e isso não atrapalha. Tem vários jogadores baixinhos por aí. O Bernard, por exemplo. O meu estilo de jogo é parecido. Tem o Maxi Biancucchi que está aqui no Bahia e que também é baixinho (risos). Acho que a nossa velocidade compensa o tamanho – disse.

Feliz com a chance de voltar a se destacar, Rafinha garante que não tem medo de acabar 'esquecido' no elenco Tricolor. O atacante avalia a oportunidade de jogar pelo Bahia como um grande desafio. E como é natural da juventude, as aventuras são sempre encaradas com um grande sorriso no rosto e a certeza de que no final tudo irá dar certo.

- Não temo ficar sem jogar. Acredito no meu futebol e no meu potencial. Se me tirarem do time, são coisas do futebol. Sei que estou pronto. Cheguei depois do grupo e tenho que me preparar devagarzinho pra entrar bem na competição. Tem que ter um tempo para eu chegar ao ápice da forma física. Mas estou pronto - garantiu o atleta.


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Fonte e foto: Thiago Pereira – GE.COM