Recusa de ida a museu afasta sensação brasileira do Benfica de projeto olímpico
Anderson Talisca, ex-Bahia, é um dos destaques do começo de temporada do Benfica
339 minutos. Uma das apostas do Benfica para a atual temporada, Anderson Talisca não precisou de mais do que isso para mostrar o seu potencial na Liga Portuguesa. O meia-atacante marcou três vezes na goleada de 5 a 0 sobre o Vitória de Setúbal, fora de casa, nesta sexta-feira. Mesmo titular nas quatro primeiras rodadas do campeonato, ele não figura, ainda assim, nos planos da seleção na arrancada do ciclo olímpico para 2016.
Dentre os motivos, a sua recusa a acompanhar a delegação na ida a um museu para ficar no hotel durante o Torneio de Toulon, no ano passado.
A postura do destaque brasileiro nesse início de temporada europeia não agradou ao coordenador de categorias de base da CBF, Alexandre Gallo, e sua equipe na caminhada para o título na França. Procurado pela reportagem, ele nega ser essa a motivação para a ausência de Talisca, mas o próprio estafe do atleta cita esse episódio como determinante.
"Não tem nada a ver isso. É uma questão técnica, mesmo, e ele está sendo monitorado como todos os outros. É um jogador com potencial, chuta bem, tem boa pontaria, mas precisa se comprometer apenas um pouco mais", afirma Gallo ao ESPN.
O treinador se refere ao comprometimento do jovem jogador de 20 anos em campo e fora dele.

Ainda imaturo, ele deixaria a desejar taticamente e também estaria fora do que pede o comandante da seleção olímpica em termos de disciplina.
Maior negociação da história do Bahia - foi vendido por 4 milhões de euros (R$ 12,4 milhões) na última janela de transferências -, ele teve acompanhamento de um psicólogo no ano passado a pedido do próprio clube. Nos corredores da equipe tricolor, houve durante determinado período um pouco de resistência ao seu futebol por conta de uma suposta marra e deslumbramento.
Superada essa fase, Talisca assumiu nesta temporada a condição de principal jogador do time, alternando em campo entre o setor de armação e o ataque, outro ponto destacado como Gallo como fundamental para a sua afirmação dentro do projeto.
"Existe essa dúvida sobre a posição. No Bahia, ele atuou um pouquinho com o Marquinhos Santos (ex-técnico do clube) como falso nove e ainda como segundo volante. Nessa faixa de campo, temos hoje o Lucas Silva, o Rodrigo Caio, o Rafa Alcântara, estamos supridos. Mas vamos dar mais tempo para ele se encontrar no Benfica, acabou de chegar e ver como irá se encontrar perto da próxima convocação", diz o treinador.
Yaya Talisca, como ficou conhecido entre os torcedores do Bahia, pede passagem.