Reputação – Nota da Revolução Tricolor
Havia na antiga China, um grande General que era conhecido por nunca ter perdido uma batalha. O povo, os soldados e o próprio Imperador tinham uma grande estima e admiração por ele. Certa feita, o General comandava o seu exército contra vários inimigos diferentes e poderosos, todos ao mesmo tempo. Após dias de batalha, ficou cercado em uma pequena cidade ao redor de uma grande montanha. Vendo que a derrota era certa, de forma honrosa, convocou e ordenou aos seus soldados já combalidos que deixassem a cidade, pois os exércitos inimigos estavam próximos e em número muito superior. Os soldados queriam seguir o seu General, mas foram convencidos que deveriam deixá-lo sozinho. A batalha já estava perdida.
Os soldados partiram e o deixaram sozinho na cidade. O General subiu ao cume da montanha e lá permaneceu esperando o seu derradeiro fim. Ao entrar na cidade o exército inimigo percebeu algo estranho, não havia defesa alguma, eles não conseguiam avançar, havia um medo de que aquilo fosse uma armadilha, a fama de nunca ter perdido uma batalha ainda estava presente nas suas memórias. Eles, atordoados pelo vazio encontrado, resolveram retroceder. Os generais atônitos traçavam estratégias, mas esbarravam sempre no medo de perder a batalha. Duas semanas depois cansado e faminto, o General resolveu descer da montanha e se entregar. Porém, sabendo do ocorrido ,o Imperador enviou um grande reforço para ajudá-lo. E assim o exército do Imperador conseguiu vencer os seus inimigos.
Se fizermos uma analogia, perceberemos que e o Esporte Clube Bahia é um grande general, amado por milhões de torcedores, porém cercado por um exército enorme de credores que avançavam ávidos em ter seus créditos de volta. Porém, diferente da retidão moral do general chinês, o clube estava mergulhado na lama da má reputação, que foi moldada por décadas de má gestão, falta de compromisso com funcionários, jogadores, empresas prestadoras de serviço, fornecedores, e o mais importante, os seus sócios e torcedores. O fim do Clube, para muitos estava próximo. A grande diferença entre o general chinês e o Bahia recaía na reputação.
A boa reputação é um bem precioso, é algo de valor intangível e imensurável. A Revolução Tricolor parabeniza a Direção Executiva do Esporte Clube Bahia, bem como, todos aqueles que contribuíram de alguma forma, para que o clube conseguisse todas certidões negativas de débitos (CND) necessárias para habilitar a Instituição a receber patrocínios públicos e recursos de leis de incentivo.
Através da adesão ao PROFUT (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro) o Bahia já havia conseguido certidões importantes como a que formalizava a quitação de pendências junto à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A última certidão necessária era a chamada CRF (Certidão de Regularidade do FGTS). Quis o destino que está fosse a última a ser conseguida. Ela tem um grande valor simbólico para os sócios e torcedores, pois há pouco tempo presenciamos a perda de várias promessas da nossa divisão de base pela falta de recolhimento destas contribuições. Vale salientar também que em um ano conseguimos reduzir aproximadamente um terço da dívida do Clube.
Com estas certidões atestamos o compromisso do nosso grupo com o resgate da reputação moral do glorioso Esporte Clube Bahia. Estas conquistas só foram possíveis graças a uma gestão, baseada em um projeto construído pelos sócios e torcedores, que acreditaram ser possível o resgate de um gigante que estava mergulhado em dívidas, sem credibilidade junto a todos os segmentos comerciais e esportivos. A Revolução Tricolor acredita que as conquistas dentro de campo virão e serão completas quando o clube estiver completamente saneado econômica e moralmente. E reconhece que o sócio, e somente ele, tem o poder absoluto de ajudar ao clube a continuar a se reerguer.
Nota Luis Peres @BahiaClub: No texto 'L'État c'est moi' - Quando o poder é rococó!, trato exatamente deste tipo de questão.
O PROFUT é uma Lei, originada da Medida Provisória 671, discutida, votada e aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidência da República.
Durante seu processo de discussão, TODOS os clubes fizeram de tudo para retirar artigos que obrigassem a fiscalização, e em caso de não cumprimento, as consequentes punições. Em muitos casos conseguiram, assim a farra poderia continuar.
O PROFUT funciona para os clubes como a internação de um drogado numa clínica de reabilitação.
Fora os disfemismos de sempre, não há conquista alguma. A adesão ao PROFUT é assumir todas as irresponsabilidades dos gestores que por lá passaram. Clubes equilibrados sem dívidas ou que têm muito o que esconder, não precisaram aderir. Poucos... É verdade!
Não falo que a gestão atual seja responsável pelas absurdas dívidas que o Esporte Clube Bahia possui. Alias, longe disso. Estaria sendo leviano ou agindo com maniqueísmo. Mas, todas as anteriores... Repito: TODAS, nos últimos 5 anos, praticaram a política da terra arrasada.
Gosto sempre de lembrar: A verdade é o caminho mais curto entre dois pontos. Ou isso é tratado como “bastidores” também?