Postado por - Newton Duarte

Rodízio? Após 'frango', Bahia luta para não ficar 'de bode'

Após 'frango', Bahia luta para não ficar 'de bode'

Vitória da Conquista meteu uma chifrada bonita no tricolor de 3x0 e, agora, leva uma boa vantagem para o jogo de volta, na Fonte Nova

Nem o mais otimista torcedor do Vitória da Conquista apostava em um resultado como o de ontem, pelo jogo de ida para a final do Campeonato Baiano. O Bode não tomou o menor conhecimento de quem era o Bahia e foi para cima. Meteu uma chifrada bonita no tricolor de 3x0 e, agora, leva uma boa vantagem para o jogo de volta, na Fonte Nova.

Bruno Paulista disputa no alto com André Beleza, do Vitória da Conquista, enquanto Tiago Real e Pittoni observam. Bode faz valer o mando de campo e leva vantagem para a Fonte Nova (Eliezer Oliveira/Futura Press/Estadão Conteúdo)

O desenho do que seria a partida começou a ser esboçado ainda no primeiro tempo. A partir dos 20 minutos de jogo, só deu Bode em campo. O Conquista mostrou por que é a única equipe invicta do estadual. Organizado, soube usar seu poder de marcação e velocidade para anular o Bahia, que estava irreconhecível em campo.

No bom baianês, o Vitória da Conquista é o guri do estadual. Tem apenas 10 anos de fundação e, como qualquer criança dessa idade, deu trabalho e mostrou que tem pique. Caçula do Baiano, botou a mão na taça e espera poder erguê-la pela primeira vez. Caso mantenha a vantagem no próximo jogo, será uma conquista inédita para o clube.

O clima é de alegria total entre os jogadores, mas eles preferem deixar a euforia apenas com os torcedores - que, por sinal, estavam tão empolgados que deixaram o Lomanto Júnior aos gritos de “ão ão ão, segunda divisão”, para provocar o rival.

Um dos mais discretos ao deixar o gramado foi o volante Fausto, autor do primeiro gol alviverde. Vice do Baiano duas vezes seguidas, quando defendia o Bahia, em 2007 e 2008, ele prefere não falar nada e soltar o grito de campeão preso na garganta.

Famoso por sempre provocar o tricolor, o goleiro Viáfara também foi sereno. Ele, que poderia brincar com o nome da torcida organizada do Conquista e dizer que jogaram Criptonita no Super-Homem, se conteve. “Não quero provocar ninguém. O Bahia é favorito e não podemos nos empolgar. O maior defeito dos clubes do interior é esse. Faz o placar e comemora antes; aí leva porrada”, analisa.

No Bahia, depois de ter que lidar com o frango, agora é tentar não ficar de bode. O tricolor tem mais dois jogos decisivos pela frente e precisa reagir.