De herói a Judas: no reencontro com rubro-negros, Maxi sofre com vaias
O argentino disputou neste domingo o primeiro Ba-Vi com a camisa do Bahia. Maioria em Pituaçu, torcida do Vitória aproveitou para pegar no pé do antigo xodó
O que há exatamente um ano era o início de um caso de amor, se transformou no mais puro e visceral ódio. Candidato a ídolo no Vitória em 2013, Maxi Biancucchi reforçou o Bahia nesta temporada e se tornou o alvo principal da fúria rubro-negra. Neste domingo, no clássico realizado no estádio de Pituaçu, que terminou com o placar de 1 a 1, o argentino sofreu com a perseguição travestida em vermelho e preto. Com faixas nas arquibancadas, vaias e ofensas, os torcedores do Vitória atormentaram o atacante tricolor e se mostraram mais persistentes do que qualquer marcador dentro de campo.
Maxi Biancucchi foi substituído no segundo tempo do Ba-Vi
A animosidade entre os torcedores do Vitória, maioria no estádio, e Maxi começou antes da bola rolar. Assim que o placar eletrônico anunciou a escalação do Bahia, Pituaçu se fez em silêncio. Passaram os nomes do goleiro, zagueiros, laterais. E assim que chegou a vez do argentino, o sossego se transformou em um uníssono de vaias.
As vaias se repetiram quando a partida começou. Toda vez que Maxi tocava na bola, as arquibancadas fervilhavam em vaias e ofensas ao atacante. Quando Biancucchi perdia cometia um erro, a reação era oposta. Bastava o argentino tropeçar, deixar a bola sair do campo ou ser desarmado por um adversário para as vaias se transformarem em galhofas.
Contra a pressão exercida pela torcida do Vitória, Maxi decidiu se fechar no jogo. Experiente em Ba-Vis, o atacante esperava ser decisivo mais uma vez, assim nas goleadas que o Rubro-Negro aplicou sobre o Bahia na temporada passada. Desta vez, contudo, Biancucchi queria ajudar o lado tricolor. O lado físico, no entanto, não ajudou. Em início de temporada, o jogador não conseguiu desequilibrar e continuou sem balançar as redes em 2014.
- Foi um jogo fechado. Clássico é assim. Sabia que ia ser uma partida difícil. Ainda não estou na minha melhor condição física. Meu objetivo é o de melhorar a cada jogo - disse o jogador.
Torcedor atirou uma camisa em Maxi Biancucchi quando o argentino deixava o campo
Maxi foi substituído no segundo tempo do clássico deste domingo. Assim que deixou o campo, a torcida do Bahia aplaudiu o jogador, mas as palmas foram abafadas pelas vaias que vinham dos torcedores do Vitória. Um rubro-negro mais exaltado esperou o argentino passar perto das arquibancadas para jogar uma camisa do Vitória na direção do jogador. O uniforme não atingiu o atleta e ficou no chão até um gandula aparecer para retirar a peça de perto do campo.
Apesar da recepção intimidadora da torcida rubro-negra, Maxi garante que não se sentiu incomodado. O atacante não se queixou das vaias ou das ofensas. Embora saiba que despertou o ódio do torcedor do Vitória, o argentino confia que em breve terá um novo caso de amor, desta vez com a torcida do Bahia.
- Da torcida não tenho o que falar. Não tenho nada contra. Fechei meu ciclo no Vitória e agora estou no Bahia - declarou o argentino, para logo em seguida deixar o campo de Pituaçu e seguir para os vestiários.
Torcida do Vitória levou faixa para criticar o acerto de Maxi com o Bahia
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