O Bahia trabalhou rápido para solucionar o que era apontado como o principal problema da equipe na temporada: ausência de peças de reposição para manter a qualidade do time, principalmente no setor ofensivo. Com o final da Copa do Nordeste, a diretoria foi atrás de três reforços: os meias Gustavo Ferrareis e Vinícius, além do atacante Mendoza. Vinícius, inclusive, mal chegou e estreou como titular na noite da última segunda-feira, na vaga de Régis, que está machucado. Outro que atuou com a camisa tricolor foi Gustavo Ferrareis, também contra o Atlético-GO.
A primeira impressão deixada pela dupla foi boa. Em que pese a fragilidade defensiva do Atlético-GO, que ofereceu muitos espaços, Vinícius mostrou potencial. Como meia central no 4-2-3-1 que foi mantido por Jorginho, ele foi um jogador agudo e de muita movimentação, aparecendo em algumas oportunidades em condições de finalizar. Foi coroado com um gol feito após boa jogada de Zé Rafael.
Ferrareis ficou menos tempo em campo, entrou apenas na segunda etapa, mas deixou um bom cartão de visitas, afinal também balançou as redes. Ele entrou na vaga de Vinícius, atuou como meia central, mas procurou os lados do campo, sobretudo o direito. É cedo para fazer qualquer prognóstico, mas os dois mostraram que podem ajudar o Bahia, uma equipe de muita mobilidade e que procura agredir o adversário na base da velocidade. Ambos podem se dar bem com essa filosofia de jogo.
Vinícius, Ferrareis e Mendoza encorpam um setor que tinha carências evidentes no primeiro semestre. Contra o Vasco, na 2ª rodada, quando ainda estava envolvido com a final da Copa do Nordeste, o então técnico Guto Ferreira (hoje no Internacional) decidiu mandar a campo uma equipe alternativa. Além de Régis, que foi poupado, ele sacou do time os titulares Allione, Zé Rafael e Edigar Junio – os três entraram no segundo tempo. Na linha de frente do 4-2-3-1, o treinador escalou Juninho, Diego Rosa e Maikon Leite; Gustavo. Fora Juninho, volante que atuou improvisado, os outros três ainda não mostraram serviço com a camisa do Bahia.
Para ter uma ideia de como o trio de reforços pode ajudar o Bahia na temporada, o GloboEsporte.com fez um dossiê com análises de repórteres que cobrem os clubes pelos quais Vinícius, Gustavo Ferrareis e Mendoza passaram.
Dossiê Gustavo Ferrareis – por Diego Ghichard
A passagem dele foi irregular, com poucos momentos de brilho. Mas sempre foi tratado como um garoto de grande potencial, que acabou manchado pela queda. O sistema em que o meia mais rendeu foi o 4-2-3-1, como armador pelo lado direito.
Após receber chances com Abel Braga no final de 2014, Gustavo Ferrareis foi incorporado ao grupo profissional do Inter em 2016, sob o comando de Argel Fucks. Tratado como uma das principais promessas da base, despontou na decisão do Gauchão do ano passado, quando anotou um dos gols na vitória por 3 a 0 [sobre o Juventude]. Na comemoração, apresentou o “gol pantera”, ao encaminhar no gramado tal como o animal.
- A pantera eu já venho fazendo há bastante tempo na base. É uma comemoração que dedico aos meus tios (Paulo Rogério César e Evandro César). A gente tem que ter um pouco mais de irreverência no futebol. Fico muito feliz de ter feito gol na final – contou Ferrareis, ao Globo Esporte, na época.
Com Argel, Ferrareis assumiria a titularidade no decorrer do Brasileirão, por ser um meia-armador com boa recomposição. Com a derrocada colorada, passou a alternar vaga no meio-campo. Encerrou a temporada como reserva, mas anotou o gol de empate diante do Fluminense, na partida que decretou o rebaixamento. Em meio a uma reestruturação para a atual temporada, Ferrareis ganhou raras chances nesta temporada e acabou com status de negociável.
Dossiê Mendoza – por Bruno Cassucci
A primeira passagem do Mendoza pelo Corinthians foi razoável, com 31 jogos e três gols. Ele alternou bons momentos (como o gol no clássico contra o Palmeiras) e fases ruins, sendo reserva ou nem mesmo relacionado para as partidas. Foi por isso que acabou emprestado no segundo semestre de 2015. Ele voltou em 2016, não teve espaço e saiu de novo. O mesmo se repetiu agora.
Ele rende melhor quando escalado pelos lados do ataque. É um jogador muito veloz e que ajuda na marcação. Porém, com Tite ele chegou a atuar até mesmo de lateral-esquerdo.
Dossiê Vinícius – por Rômulo Alcoforado
Vinícius não foi bem no Náutico em 2016. Pela identificação com a torcida e pela boa passagem em 2014, ele chegou ao Recife cercado de expectativa, como uma peça que poderia chegar e elevar o nível do time na Série B, que estava em andamento. No início, o jogador deu pinta de que poderia ser assim. Fez cinco gols nos cinco primeiros jogos - incluindo uma atuação de três gols contra o Paysandu.
Depois disso, porém, o futebol caiu. As bolas pararam de entrar. No final, jogou 16 partidas e só marcou aqueles cinco gols. Não ajudou o time a conseguir o acesso e, além de tudo, acabou visto como um jogador descomprometido pela torcida. Ao fim da Série B, sem conseguir subir, Vinícius deixou o Náutico - mas não deixou saudade. Durante a Série B, ele jogou a maior parte do tempo como meia central, o famoso "camisa 10".
Fonte: Globo Esporte