Já na história do Bahia como jogador, agora Charles pode entrar como técnico
Do título brasileiro em 1988 a um triunfo sobre o Fast Clube do Amazonas, dois Charles, completamente diferentes, fizeram os tricolores acreditarem sempre no improvável
Charles comemora o triunfo sobre o Grêmio, na Fonte Nova (Foto: Robson Mendes)
Dentro do clube, não há quem mais tenha visto as imprevisibilidades do Bahia quanto Charles. Aliás, o nome do agora treinador parece gostar de autografar a história do tricolor. Do título brasileiro em 1988 a um triunfo sobre o Fast Clube do Amazonas, dois Charles, completamente diferentes, fizeram os tricolores acreditarem sempre no improvável.
E é assim que o Bahia caminha para a última rodada do Campeonato Brasileiro de 2014. Poderia ter sido rebaixado antes, quando perdeu para o Atlético Paranaense, por exemplo. Mas não foi. Poderia ter caído nesta rodada, com um simples empate do Palmeiras, uma vitória do Vitória sobre o Flamengo, ou até mesmo se não vencesse o Grêmio, na Fonte Nova, um jejum que já durava 11 anos na Série A. Mas não foi.
Mística
Parece cruel, mas o Bahia tem o costume de deixar tudo para o último momento, para os últimos minutos. Ao torcedor, com o perdão da redundância, resta torcer. Acreditar que uma combinação de resultados possa parecer tão simples quanto foi o gol de Raudinei em 1994, os dois títulos nacionais em 1959 e 1988, ou até mesmo o gol do Charles menos famoso, aos 50 minutos de jogo, contra o Fast, pela Série C do Campeonato Brasileiro em 2007.
Este foi, talvez, o último milagre visto pelos tricolores na velha Fonte. A Arena ainda deve à torcida do Bahia a devolução da sua mística. E mesmo que o jogo seja em Coritiba, mesmo que a Fonte Nova não seja palco de mais um milagre do Bahia, mesmo que os torcedores acompanhem apenas de longe a partida, há de se esperar emoções até o fim. Afinal, assim é o Bahia.