Postado por - Newton Duarte

Sem medo, Thiago Ribeiro pede que Bahia mantenha estilo de jogo na final

Thiago Ribeiro que declarações do presidente do Vitória não interferem na preparação e ressalta que equipe deve aproveitar vantagem, mas não modificar estilo de jogo

O futebol baiano terá, no próximo domingo, o primeiro Ba-Vi da decisão do estadual. Mas o clássico começou semanas atrás, antes mesmo de Bahia e Vitória garantirem vaga na decisão. O clima de rivalidade ganhou força quando o Tricolor deu apoio ao Flamengo de Guanambi, que ingressou com denúncia no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-BA) sobre a escalação do zagueiro Victor Ramos nas quartas de final do Baianão.

O técnico Vagner Mancini afirmou que as declarações do presidente do Esquadrão, Marcelo Sant’Ana, e as atitudes do clube seriam utilizados como elemento motivador para seu elenco. Dias depois, o presidente do Leão, insinuou que o Bahia poderia estar com medo de enfrentar o Rubro-Negro. As provocações não pararam por aí, mas, de acordo com Thiago Ribeiro, ficarão fora de campo.

Em entrevista ao GloboEsporte.com, o atacante do Bahia disse que as declarações do presidente do Vitória, Raimundo Viana, não serão utilizadas para motivar o elenco. Segundo ele, disputar o título já é fator motivacional grande.

Não serve. Não é questão de motivação. Motivação por si só é jogar a final contra o rival. Medo no futebol não existe. No futebol, o time, quando tem que jogar, entra em campo e joga. Não tem essa de ter medo. A gente respeita o Vitória, como o Vitória também respeita a gente. Em campo, cada um luta pelo seu, que é o normal. A gente está confiante. Lembrando sempre que a gente tem a vantagem de jogar, por exemplo, por dois empates. Então isso é uma vantagem considerável, num jogo equilibrado, um clássico. Todos os clássicos são muito equilibrados. Pode ter um ou outro que seja um ponto fora da curva. Talvez tenha um número maior de gols a favor de um time ou de outro. Mas a maioria deles é equilibrada. Então a gente tem que usar a vantagem, que é os dois resultados iguais, para tirar proveito disso. É uma situação que pode nos render o título.

O jogo deste domingo será o primeiro clássico de Thiago Ribeiro na temporada. Ele não participou da partida da primeira fase do Baiano, situação similar à de alguns companheiros como Lucas Fonseca, Danilo Pires e Hernane. O número de estreantes no clássico, no entanto, não chega a ser um motivo de preocupação.

Não pesa. Clássico, pelo contrário, motiva o jogador. Porque todo mundo quer render o máximo que pode, como no meu caso, que vai ser o primeiro e o caso de outros também. Motivação total. A gente já está se entrosando. Procurar entrar em campo com inteligência e sabendo que o Vitória vai querer vencer esse primeiro jogo para reverter a vantagem. Conforme o tempo passa e a gente se porta bem em campo, a gente pode ter muitas situações boas a nosso favor, para trazer um grande resultado do primeiro jogo e dar o primeiro passo em relação ao nosso objetivo, que é conquistar o título.

Como teve melhor campanha durante a competição, o Bahia vai para a decisão com a vantagem de poder jogar a última partida em casa e com a possibilidade de atuar por dois resultados com saldos iguais de gols. A vantagem é comemorada, mas para Thiago Ribeiro, não pode fazer com que o Tricolor mude a forma de jogar.

Tem que ter tranquilidade. A primeira coisa que a gente tem que ter na cabeça é saber que é uma final, que é uma decisão de campeonato, mas é um jogo. Eu penso assim: quando você chega numa final, você tem que procurar jogar aquilo que te levou para a final. Jogar o mesmo futebol. Não chegar na final e deixar a ansiedade atrapalhar. Aí um time que joga com bola no chão começa a dar a chutão. Ou seja, muda o estilo de jogo. E isso não pode acontecer. A gente tem que ter a responsabilidade de jogar uma final, para não cometer erros bobos e se prejudicar. Mas jogar. Ter personalidade para jogar e jogar contra o Vitória lá no campo deles, colocar a bola no chão, tocar de um lado para o outro, aparecer, dar opção, criar dificuldade para o adversário, e sair com um grande resultado. A palavra é “personalidade” para jogar, e “vontade” não precisa nem dizer, porque, para jogar uma final, não tem como não apresentar vontade, garra, raça. Temos que ter tranquilidade nessas duas finais, jogar com inteligência, para conseguir ser campeão.

Thiago Ribeiro Bahia Thiago Ribeiro diz que medo não existe dentro do futebol (Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / E.C Bahia)

Confira outros temas abordados na entrevista.

DEMORA PARA O GOL INCOMODOU?

- O gol poderia ter saído bem antes. Me lembro que, no segundo jogo meu, eu pego uma bola de primeira. O goleiro do Fortaleza fez uma defesaça. No jogo da volta, perdi o pênalti. Ou seja: o gol poderia ter saído muito antes. Mas eu sou bem tranquilo em relação a isso. O gol saiu de maneira natural. Claro que eu quero estar sempre fazendo gol, só que eu sempre cobro a minha melhor performance, eu quero sempre jogar melhor, render mais em campo. E o gol vai ser fruto do que eu apresentar no campo. Então acredito que demorou um pouquinho mais que o esperado, mas não tem um motivo específico, não. Porque realmente a bola não estava querendo entrar e, graças a Deus, nesse último jogo entrou. Espero que, nas finais agora, contra o Vitória, poder marcar também e ajudar o Bahia a conquistar o título.

ONDE PREFERE JOGAR?

- Eu estou acostumado a jogar nas duas posições. Eu jogo às vezes como centroavante, mas com uma maneira diferente de jogar, não fazendo pivô, essas coisas, que não é meu estilo de jogo. Mas, para mim, não tem assim dificuldade. Estou acostumado a jogar pelos lados ou pelo meio, não tem segredo. Acredito que, como eu ainda estou em fase de adaptação, me entrosando com os jogadores, conhecendo mais os jogadores e os jogadores conhecendo mais a mim, a tendência é crescer cada vez mais, se Deus quiser, e fazer uma grande final e uma grande sequência de temporada.

FOLGA NA TABELA

- Foi bom pela questão de dar um descanso para o time. A gente teve uns dias de folga, o final de semana. Deu para recuperar, tirar um pouco o foco só de futebol. Poder estar com a família, descansar, recarregar as energias. Domingo que vem, voltar de novo a jogar. Já voltamos a treinar desde segunda. Foco já na final. Foi muito bom, principalmente, para recuperar o jogador, relaxar um pouco, tanto o físico quanto o psicológico.