Postado por - Heitor Montes

Sem revelar time, Guto Ferreira evita polêmica sobre ganhar título no Barradão

Segue em mistério o time titular do Bahia que vai a campo no próximo domingo, na partida decisiva contra o Vitória, pela final do Campeonato Baiano. Depois de machucarem a coxa no clássico da última quarta-feira, Renê Junior e Régis seguem em tratamento e não têm presença confirmada no jogo. Questionado nesta sexta-feira sobre o que pretende fazer em caso de ausência da dupla, o técnico Guto Ferreira se esquivou e preferiu guardar os planos sob "segredo de estado".

- Eu não avalio [a situação médica de Renê e Régis] nada. Só vou avaliar quando tiver decisão [do departamento médico]. Na minha cabeça está bem claro. Pode ter certeza que os jogadores mais ou menos sabem o que vai acontecer. Mas tudo isso é segredo de estado - disse Guto Ferreira.

Guto foi político ao longo da entrevista coletiva condedida nesta sexta. Preocupado em não dar armas para motivar o Vitória, o treinador não provocou e pregou respeito ao rival. Ao comentar sobre a possibilidade de comemorar um título na casa do adversário, já que a partida será realizada no Barradão, o técnico do Bahia lembrou os episódios de violência nos Ba-Vi's das semifinais da Copa do Nordeste e a importância de ter cuidado com o que se diz.

- Não vem com essa. Sabor de uma conquista é igual onde for. Esse tipo de situação gera combustível, indignação. Justamente esse tipo de perfil é que daqui a pouco começa a acumular e encher o copo. A gente quer achar que começou tudo ali [no Ba-Vi do segundo jogo das semifinais da Copa do Nordeste]. Aquilo lá foram coisas que foram acontecendo. Temos que tomar cuidado toda vez que falamos uma coisa. Se é para o bem, vai colher o bem. Se é menosprezo, pode ter certeza que volta. É isso que prego. É muito bonito, acha que é do jogo, mas o jogo vai até onde não falta com respeito com as pessoas que são tuas amigas, que são companheiras de profissão. Esporte é bonito dentro do campo, pela competitividade. Uma lição negativa, de briga, não é bonita em momento algum.

Como empatou o jogo de ida por 1 a 1, o Bahia de Guto Ferreira precisa de uma vitória simples para ficar com o título do Baianão. Novo empate premia o Vitória. A partida desta domingo será realizada às 16h (horário de Brasília) e terá cobertura em Tempo Real do GloboEsporte.com.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Guto Ferreira:

Postura para encarar o Vitória

- Tem que jogar bom futebol, com bastante respeito pela equipe adversária. Acho que o respeito que a gente vem tendo. Procurar ser uma equipe como a gente vem sendo, aguerrida, corajosa, com poder de marcação, mas também incisiva no aspecto ofensivo.

Pressão da torcida do Vitória

- Quanto à questão de pressão, pode ficar tranquilo. Pressão fica em casa. Daí para entrar em outra situação de passar dos limites é outra circunstância. O que tem que existir é respeito. Espero que termine dentro desse contexto para o bem do futebol. Para a beleza do campeonato, que começou há quatro meses e teve muito desse respeito. Que a festa de A e B, espero que nossa, não seja invadida, atrapalhada, por questões que não são compatíveis com o momento.

Gols perdidos no último clássico

- A gente gostaria de fazer, mas só cria quem está lá dentro, só perde quem está lá dentro. Existe uma série de coisas. O que você faz em algum momento a conta vem. O fato de, lá atrás, de jogar com um a menos, perder jogadores importantes que fizeram a diferença... Como vai ser o próximo jogo? Deus queira que a gente consiga solucionar os problemas. Se vai ser com Régis, Renê ou os substitutos.

Ansioso para o Ba-Vi?

- Não, cara. Sinceramente, nesse momento, de tudo que a gente tenha vivido, talvez seja o momento que eu esteja mais tranquilo. Chegou o momento em que se tem consciência de que foi feito tudo que poderia ter sido feito. Depois, é ação e já não está ao seu alcance. O seu alcance é não atrapalhar. Depois é o trabalho dos meninos e o bom Deus.

Campo pesado com chuva

- Eu acho que é uma situação para os dois. Não é só para o Bahia ou Vitória. Logicamente, o campo pesado não vai ser bom para o espetáculo, para uma equipe que busca vencer. Mais fácil para uma equipe que se defende, principalmente se não tiver o campo com as condições em 100%. Então, fazer o quê? O clima a gente não controla. Como a gente diz sempre: o problema está lá para resolver.

Desgaste físico

- Com certeza a gente não está no limite. Foi limite por situação de cinco jogos seguidos. Nós alternamos menos jogadores que eles. Eles alternaram mais, até pela situação. E a nossa maneira de jogar é em alta intensidade. Acho que eles tiveram mais opções. Mas, isso tudo, nesse momento, não é relevante. O relevante é poder descansar e fazer um grande jogo no domingo.

Fonte: Globo Esporte