Valton Pessoa revela arrependimentos e promete: "futebol nunca mais"
Vice-presidente disse ainda que, se pudesse voltar no tempo, provavelmente não contrataria Maxi Biancucchi, já que atleta não rendeu
O vice-presidente Valton Pessoa fez um balanço positivo do mandato tampão da atual presidência do Bahia. Com o discurso de que o atual grupo "acertou mais do que errou", o dirigente concedeu entrevista ao Correio24Horas e falou sobre as acusações de que teria abandonado o clube.
Durante o bate-papo, o vice-presidente disse não se arrepender de absolutamente nada que fez durante o seu período no clube. "Eu não me arrependo de nada. Toda diretoria acertou e errou, isso faz parte do futebol. Qualquer pessoa que venha a trabalhar no Bahia vai acertar e errar, o torcedor precisa aceitar isso", explicou.
"Hoje a gente pode olhar e ver algumas contratações que não deram certo. Hoje eu diria que talvez não tivesse contratado mas, na época, foram contratações que o torcedor quis, como o Maxi (Biancucchi). Todo mundo queria Maxi e ele não rendeu. Então, talvez me arrependa de algumas contratações, mas todas elas foram feitas pelo técnico e diretor de futebol. Nunca interferi em contratação alguma no Bahia, exceto a de Uelliton, que nem o treinador queriana época, mas eu banquei porque não tinha custo para o Bahia", revelou.
Valton disse ainda que fez tudo o que podia pelo Bahia, inclusive indo além das suas funções. "No dia a dia, na gestão, fiz o que pude fazer, dentro das minhas limitações. Ajudei muito o clube. Não existe nada que me fizesse ter arrependimento, porque sempre agi com muita decência, ética e integridade", bradou.
"Aliás, talvez eu não tivesse me envolvido tanto no futebol, nao me expusesse tanto. Isso eu me arrependo. Devia ter feito o que o estatuto determina, que é apenas substituir o presidente nas suas ausências. Dei mais do que precisava dar por amor ao clube. Eu certamente ficaria mais afastado, porque não dependo do futebol, nãp quero viver disso e não preciso dele para nada".
Abandono?
Uma das acusações que mais incomoda o dirigente é o de ter abandonado o clube em um momento delicado. Em outubro deste ano, o presidente Fernando Schmidt chegou a declarar que Valton estava afastado do Bahia para resolver problemas pessoais e por problemas de sáude. O vice-presidente, no entanto, diz que estava cuidando das questões patrimoniais do clube.
"Em momento algum abandonei o Bahia. Eu estava cuidando da questão patrimonial, inclusive extrapolando minhas funções estatutárias. Eu jamais abandonarei o Bahia. Não sou diretor de futebol, ajudei como todo mundo ajuda", defendeu.
Valton nega que tenha abandonado o presidente Fernando Schmidt. No início da gestão, ele e Sidônio eram os homens de confiança do presidente (Foto: Arquivo Correio)
Adeus, futebol
O torcedor que não aprovou a atuação de Valton Pessoa no Bahia, pode ficar tranquilo. O vice-presidente garantiu que nunca mais se envolverá com o esporte. "Futebol nunca mais, definitivamente. Só como torcedor. Torço por uma boa gestão e me coloco à disposição para dar informações ao próximo presidente, independente de apoio político. Quero o bem do clube e, se precisar, ajudarei de longe, ajudando, apoiando, torcendo. Jamais voltarei a atuar dentro do Bahia ou de qualquer clube, em época alguma. Tem gente que fala isso e, na prática, não acontece. Podem me cobrar isso. Foi uma promessa que fiz a mim, minha família e meus sócios (no escritório onde atua como advogado).
Valton seguirá como vice-presidente do clube até dezembro deste ano, quando ocorrerão as eleições para definir quem assumirá a nova gestão.
