Eliminação de Slater alivia Medina: "Fiquei mais feliz quando Kelly perdeu"
Frustrado após cair diante de Brett Simpson na 3ª fase da etapa de Peniche do WCT, nº 1 do ranking celebra queda da lenda e espera pelo Pipe Masters, em dezembro
A eliminação precoce de Gabriel Medina na etapa portuguesa do Circuito Mundial de Surfe (WCT), em Peniche, frustrou as expectativas do jovem de 20 anos, que ainda só depende de si para se tornar o primeiro brasileiro campeão mundial. Mas, logo depois de perder para o americano Brett Simpson, o paulista foi "abençoado". Seu principal rival na corrida pelo caneco, Kelly Slater, dono de 11 títulos mundiais, também foi surpreendido por uma zebra, o espanhol Aritz Aranburu. A notícia caiu como um presente. O mito americano tinha uma chance de ouro para encostar ou até mesmo ultrapassar o brasileiro e ir para o Havaí, a última etapa da temporada, em uma posição confortável. Como somou os mesmos 1.750 pontos que Medina pela 13ª colocação em Peniche, Kelly continua 6.500 pontos atrás do brasileiro.
- Estou muito triste com esse resultado, mas fiquei mais feliz quando vi que o Kelly também perdeu. Nada mudou. Derrotas acontecem e fazem parte do dia a dia de um atleta. Eu continuo na corrida pelo título, ainda não acabou. Não estou pensando no Kelly e nos outros que estão disputando o título, sei que só dependo de mim. Vou focar em mim. Estou preparado e vou treinar muito até lá. Estou me sentindo bem, sei que surfei bem e perdi para o Brett por 0,44 (12.50 a 12.06) - disse Medina.
Após o resultado, Kelly Slater pode ser ultrapassado no ranking por apenas um surfista, o australiano Mick Fanning, que ficará em segundo lugar caso conquiste a etapa portuguesa. O tricampeão mundial encara o brasileiro Alejo Muniz na 12ª e última bateria da terceira fase. Como ainda é necessário esperar os resultados de John John Florence, Mick Fanning e Michel Bourez em Portugal, só quando os três encerrarem as suas participações vai ser possível determinar exatamente o que será necessário para Gabriel Medina conquistar o título mundial na etapa de Pipeline. Apenas os nove melhores resultados nas 11 etapas do WCT nesta temporada serão computados na pontuação final, os dois piores são descartados.
O sonho foi adiado, mas ele continua vivo para o brasileiro. Após disputar a etapa Prime do WQS, de 3 a 9 de novembro, em Maresias, no litoral paulista, Medina irá embarcar para o North Shore de Oahu, no Havaí. Para não dar chance ao azar, ele contou que não sairá de Banzai Pipeline, praia que recebe a última etapa do WCT, o Pipe Masters, a partir do dia 8 de dezembro.
- Vou competir o Prime e depois vou para o Havaí começar os meus treinamentos. Vai dar para tomar bastante caldo e ficar preparado. Não vou sair de Pipe. Espero que todos continuem torcendo por mim, está perto. Se Deus quiser, vai dar tudo certo no Havaí. Eu sei o que eu quero e Deus está fazendo as coisas dele. Me sinto muito bem em Pipe, lá tem tubo para a esquerda, tubo para a direita. Minha fé é a última que morre.
Gabriel Medina na água na terceira fase do WCT de Peniche
O atleta contou que o apoio da família, que compareceu em peso a Peniche, foi fundamental para ajudar a aliviar o gosto amargo da derrota em Supertubos.
- É difícil lidar com esses momentos de derrota. Eu tive bons resultados no circuito e estou vivendo do que eu amo. A minha família não tem igual. Ganhando ou perdendo, eles vão estar do meu lado. Foi muito bom tê-los comigo - finalizou.
Sem Medina e Slater na disputa, três brasileiros ainda brigam pelo título em Peniche. Filipe Toledo e Alejo Muniz estão na terceira rodada, enquanto Adriano de Souza, o Mineirinho, já avançou ao quarto round.
