Dono da bola, Souza explica frieza na cobrança de pênalti: treino e confiança
Volante chamou atenção da torcida ao bater duas penalidades no último domingo, diante do Vitória da Conquista. Ele revela foco do elenco no título antes da partida
Souza comemora gol do Bahia na Arena Fonte Nova (Foto: Divulgação/EC Bahia)
O Bahia teve um domingo para ficar na história. No último fim de semana, aplicou um sonoro 6 a 0 sobre o Vitória da Conquista e reverteu uma vantagem boa para ficar com o título baiano de 2015. Dos seis gols, dois foram marcados pelo volante Souza em cobranças de pênalti (assista aos gols nos vídeos abaixo). O que seria normal, não fosse pela frieza do batedor: nas duas penalidades, ele aguardou o momento certo para dar o toque certeiro na bola.
Em visita à Rede Bahia, Souza lembrou as cobranças e revelou a receita para não desperdiçar as oportunidades. Ele destacou o trabalho diário de aperfeiçoamento e afirmou que a confiança vem com o tempo.
- Eu treino todos os dias. Acho que a confiança só vem quando você bate o primeiro pênalti. Antes eu batia os pênaltis, e os meninos comentavam: “Quero ver no jogo se vai ser assim, hein!”. Aí chega no jogo, a gente não pode mudar a forma que a gente treina. Chegou no jogo, bati da mesma forma. Aí a gente vai ganhando a confiança do elenco, a confiança do treinador. Já bati pênaltis no Náutico dessa forma antes. Não mudo a forma de bater. Graças a Deus, nunca tive a infelicidade de perder um pênalti - disse.
Antes de entrar em campo na partida deste domingo, o Bahia tinha um adversário forte a bater: o emocional dos jogadores. O Tricolor vinha de três derrotas seguidas e de importância considerável: havia sido batido duas vezes pelo Ceará e perdido a Copa do Nordeste, além de ter sido derrotado por 3 a 0 pelo Conquista no jogo de ida das finais do Baianão.
No entanto, ao contrário do que muitos podem pensar, o espírito do elenco não se abater pelos resultados adversos. Souza revela que a equipe procurou se unir, mesmo insatisfeita pelo desempenho abaixo do esperado, e focar na conquista do título que viria pela frente.
- Tiago Real é meu companheiro de quarto. A gente conversa de tudo. O que todo mundo pensava era que a gente tinha que ser campeão. A gente precisava ser campeão. A gente queria ser campeão do nordeste, mas não conseguimos. Fizemos dois jogos ruins, que acho que o cansaço bateu um pouco, e era normal. Foram dois jogos que não fizemos tão bem, e ficamos chateados. Eu fiquei chateado, porque eu sabia que não tinha jogado bem. Não o que eu queria. O corpo não tinha ido. Chegamos para concentrar, e todo mundo disse: “Temos que ser campeões. A gente precisa ser campeão”, e a gente foi com esse espírito para dentro de campo - afirmou.
Questionado sobre um possível constrangimento em caso de nova derrota para o Bode, Souza tratou de descartar a possibilidade. Ele admitiu que o adversário jogou melhor na partida de ida e afirmou que era necessário mostrar “a cara do Bahia” na Arena Fonte Nova.
- Não seria vergonha perder do Conquista. Porque o primeiro jogo lá foi 3 a 0. Eles jogaram bem e mereceram a vitória. Mas a gente sabia que o futebol que a gente apresentou lá não era o que a gente conhece, o que a gente mostrou e o que conquistou a confiança da torcida. A gente sabia que precisava mostrar ao torcedor e para a gente mesmo que o Bahia que a gente procura e busca é o que viram no time de domingo – finalizou.
Após a folga da última segunda-feira, o elenco do Bahia volta aos treinos na tarde desta terça. O grupo vai iniciar a preparação para estrear na Série B do Campeonato Brasileiro: no sábado, o Tricolor enfrenta o América-MG, às 16h30, no Independência.