Postado por - Newton Duarte

STJD 'briga' com imagem, e reduz pena de Corinthiano

Corinthians consegue recurso e pena de Petros é diminuída para três jogos

Após julgamento no STJD, pena do jogador corintiano foi reduzida

Petros teve pena reduzida para três jogos

O empurrão do meia corintiano Petros no árbitro Raphael Claus, durante a partida contra o Santos na Vila Belmiro, ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira. Durante julgamento no STJD, o Corinthians conseguiu recurso sobre a antiga decisão e a pena do jogador foi reduzida para três jogos. Petros não esteve presente no julgamento e vai cumprir suspensão nas partidas contra Flamengo, no Rio, e Chapecoence e São Paulo, na Arena.

Durante o julgamento do recurso nesta quinta, o advogado do Corinthians, João Zanforlin, afirmou que existe "uma banalização do uso de imagem para julgamento". Para defender o jogador Petros, Zanforlin afirma que a trombada de Petros em Claus foi "no máximo, um desrespeito".

– Este é um processo da mídia. Toda vez que advogado e procurador dão entrevista, há algo errado. Porque está tendo uma banalização do uso de imagem para julgamento. Orientado, o árbitro erroneamente baseado no Estatuto do Torcedor, fez o adendo. Foi para dar suporte para a denúncia da procuradoria. Esse árbitro está apitando o jogo, sofre o esbarrão, considerou que foi lance normal e deu sequência. Esse relatório é extemporâneo, e só cabe em casos graves e de necessidade de laudo médico. O que o jogador do Corinthians cometeu foi, no máximo, um desrespeito. Pedimos, no mínimo, a desclassificação para o 258, inciso 2 – disse João Zanforlin durante o julgamento.

O artigo ao qual Zanforlin se refere é correspondente a agressão, atitude na qual Petros foi julgado anteriormente. Já o procurador William Figueiredo, disse que o caso se agrava porque o jogador se dirige ao árbitro, que é a autoridade máxima na partida.

– A conduta se agrava quando está se dirigindo ao árbitro. Se, com inconformismo, todo mundo decidir agredir o árbitro, deixa de ser esporte. Sobre a pena, ela, entre aspas, assusta. Mas não sei o motivo. Estamos falando do árbitro da partida. Autoridade máxima que tem que ser respeitada - disse o procurador.

Na sequência do julgamento, o relator Gabriel Marciliano Junior faz sua análise sobre o caso e diz preferir "absolver errando do que condenar com prova precária" e votou na absolvição de Petros.

- Não temos em mãos um conjunto probatório para dizer que houve a iniciativa do Petros de agredir o árbitro. Quanto ao árbitro, embora o fato não tenha escapado aos sentidos, escapou da visão. Confesso que não posso ter consciência tranquila de aplicar pena tão severa, sem ter a certeza que ele agiu com maldade. Sobre o adendo, ele me preocupa muito. Se abrirmos esse precedente, vamos deixar os árbitros expostos. Nessas condições, prefiro absolver errando do que condenar com prova precária. Deixei de levar em consideração o adendo do árbitro - concluiu o relator.

Dando continuidade ao julgamento, todos os auditores votaram no caso. Poucos tiveram a mesma opinião sobre qual seria a punição. O presidente do STJD, Caio Rocha afirmou que "o árbitro estava de costas e não poderia dizer que foi agredido".

- O árbitro estava de costas. Não poderia dizer que foi agredido. Me parece que o Petros tentou revidar o que aconteceu com o colega. De fato a penalidade do 254-A é rigorosa. Uma agressão ao árbitro é o mais grave que pode fazer dentro do campo. Mas esse agredir é dar um murro na cara, partir para as vias de fato. O que aconteceu é diferente - disse Caio Rocha.

A discussão seguiu, os auditores tiveram a oportunidade para mudar o voto e a punição final foi de três partidas de suspensão ao meia Petros, com base no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. A decisão tomada nesta quinta não impede Petros de jogar nesta noite contra o Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro.