Postado por - Newton Duarte

Sufoco! Holanda espanta a zebra Australiana; Raio-X e Melhores Momentos

Com sofrimento, Holanda vence pela primeira vez a Austrália e põe mão na vaga

Diferentemente da estreia, Laranja pena para ganhar no Beira-Rio e quebrar tabu. Classificação pode se confirmar com tropeço da Espanha

Quem disse que seria fácil? Para quem goleou a atual campeã mundial Espanha por 5 a 1 na estreia, foi um sofrimento muito maior que o esperado contra a Austrália, nesta quarta-feira, no Beira-Rio. Em um jogo de igual para igual, os Socceroos foram para cima e quase frearam o embalo da poderosa Holanda. Mas a Laranja Mecânica se reencontrou no fim, e Robben, Van Persie e Memphis Depay quebraram um tabu de nunca terem derrotado o rival - foi o quarto confronto entre eles, o primeiro em Copas do Mundo. Cahill, com um golaço, e Jedinak, de pênalti, puseram os gols australianos no marcador, que acabou em 3 a 2 para os holandeses.

Diante de muita festa dos 42.877 presentes, entre eles a família real holandesa, com o rei Willem Alexander e a rainha Máxima Zorreguieta, o time europeu colocou uma mão na vaga nas oitavas de final do Mundial. Para sacramentar a classificação ainda nesta quarta-feira, precisa torcer para a Espanha não vencer o Chile, a partir das 16h (de Brasília). Já a Austrália, para se manter com remotas esperanças, precisa torcer a favor da Roja. Na próxima rodada, a Holanda enfrentará o Chile na Arena Corinthians, em São Paulo, às 13h da próxima segunda-feira. Já a Austrália encara no mesmo dia e horário a Espanha na Arena da Baixada, em Curitiba.

Desta vez não houve problema no sistema de som. Enfim, o Beira-Rio foi batizado com a execução dos hinos nacionais em uma Copa do Mundo. Uma cerimônia que teve os torcedores que lotaram o estádio todos de pé e cantando a plenos pulmões e muitos aplausos. De arrepiar australianos, holandeses e também os brasileiros, maioria colorados, que deram continuamento aos cânticos com gritos de "vamos, vamos, Inter" em alto e bom som. Uma espécie de terceiro hino à capela dos donos da casa para encerrar o batismo.

Brilho de Robben ofuscado por pintura de Cahill

Mister simpatia holandês no Brasil, Van Persie confirmou a lua de mel com a torcida e foi o mais ovacionado desde que apareceu no telão durante o anúncio da escalação. A boa fase dele ganhou até o cara e coroa na hora de escolher bola ou campo. Mas quem disse que seria fácil? No jogo em si o camisa 9 desta vez não brihou. E enquanto o ataque holandês errava, o australiano dava trabalho. Cahill apertou duas bolas recuadas para o goleiro e por pouco não a roubou. Leckie e Bresciano também se entendiam bem perto da área e complicavam a defesa europeia.

Memphis Depay e Van Persie celebram um dos gols da Holanda

Os Socceroos começaram melhor. E a torcida brasileira presente apoiou e começou a vaiar os holandeses. Só que quando o time errava passes e lançamentos, as vaias eram ainda maiores. O público em geral não perdoou as falhas, reclamou a cada erro. De certo, os fãs queriam ver o espetáculo que a Laranja Mecânica deu na estreia para pessoas que pagaram o mesmo valor que eles pelo ingresso. Com a Holanda, Van Persie e Sneijder pouco inspirados, a esperança caiu nos pés do velocista Robben.

Dono de arrancadas de causar inveja até a Usain Bolt, o atacante foi o mais perigoso realmente. Quando deu o pique para cima de Wilkinson deixou o zagueiro comendo poeira. Mas se enrolou com as próprias pernas e acabou perdendo o que seria a primeira chance de perigo do jogo. Vaias para ele minutos antes dos aplausos. Na segunda oportunidade ele foi o velho Robben que o mundo conhece, fintou o mesmo Wilkinson com o corpo, ganhou na corrida e bateu na saída do goleiro, aos 19. Foi o terceiro gol do camisa 11 em dois jogos. Placar de 1 a 0 e um comentário na arquibancada: "Agora já valeu o ingresso".

Mal sabia este torcedor que o bilhete valorizaria mais um minuto depois. McGowan lançou nas costas da dupla de zaga na área, e Cahill pegou de primeira. Um foguete que passou pelas mãos de Cillessen, carimbou o travessão e caiu dentro do gol. Golaço que até os holandeses, pertinho da jogada, devem ter tido vontade de aplaudir. Já Robben ficou uma fera no meio de campo. E poderia ter ficado pior para a Holanda. Bresciano apareceu livre numa sobra de bola e encheu o pé por cima da baliza. O zagueiro Spiranovic também surgiu sem marcação num cruzamento na área, mas errou a conclusão. Quem disse que seria fácil?

Momento de apreensão interrompe festa da torcida

Com 49% de posse de bola, os Socceroos fizeram frente para a poderosa Holanda e despertaram até os gritos de "olé". Mas o clima de festa, com direito a duas olas seguidas, foi interrompido abruptamente no fim. Cahill entrou com muita vontade numa dividida com Bruno Martins Indi, que levou a pancada e a pior. Bateu com o rosto na queda, ficou desacordado e precisou ser retirado de maca da partida. Memphis Depay foi chamado às pressas para substituir seu companheiro. O clima de apreensão foi tanto que até o técnico Van Gaal entrou em campo para tentar acudir seu jogador, e o público ficou em silêncio nos minutos finais de bola rolando.

Cahill levou amarelo pela falta e ficou suspenso para a partida contra a Espanha. Quem também não vai jogar na última rodada do Grupo B será Van Persie. O cartão por deixar o braço no rosto do adversário simbolizou a atuação ruim do atacante até aquele momento.

Mile Jedinak bate o pênalti. Àquela altura, a Austrália vencia o jogo

Diferente de Van Gaal, o técnico Postecoglou ficou em pé o jogo inteiro. Nervoso. Afinal, uma segunda derrota poderia significar a eliminação da equipe. Resolveu mexer logo no começo do segundo tempo. Colocou Bozanic no lugar de Bresciano e deu certo. Na primeira jogada, foi ao fundo e viu sua tentativa de cruzamento pegar na mão de Janmaat. Pênalti marcado sob muita reclamação holandesa. O capitão Jedinak converteu com muita categoria e virou o jogo para a Austrália aos nove minutos. Vibração efusiva no gramado e na arquibancada. Quem disse que seria fácil para a Holanda?

Van Persie acorda a Laranja Mecânica

Até então apagado, Van Persie precisou acordar para acordar o próprio time. O camisa 9 recebeu na área se aproveitando de uma linha de impedimento errada da defesa e, num lampejo, acertou o chute para deixar tudo igual de novo aos 12 minutos. Aí o jogo esquentou. Cahill, antes de ser substituído por Halloran, interceptou um passe no ataque, abriu para Oar cruzar do fundo, mas De Vrij cortou de cabeça para consertar a bobagem holandesa. Depois, em outro roubada de bola, Bozanic cruzou para Leckie livre na segunda trave, mas ele quis tentar um golaço de peito e acabou recuando para o goleiro. Faltou usar a cabeça, literalmente.

E a punição aconteceu logo no lance seguinte. Substituto de Bruno Martins Indi, Memphis Depay se aproveitou da liberdade na intermediária australiana e chutou no cantinho. Contou ainda com a cooperação do goleiro Ryan, estreante em Copas do Mundo, para virar o jogo de novo para a Holanda, aos 23. O carrossel holandês, enfim, reviveu seus melhores momentos da estreia e criou ótimas chances com De Jong e Robben. Só faltou caprichar na finalização.

Nos minutos finais, Van Gaal colocou Lens em campo - atacante que treinou entre os titulares na véspera da partida, mas não passou de um blefe do treinador. Van Persie saiu, sob algumas vaias. Mas Lens não teve tempo para fazer nada. E a Austrália também não. Os Socceroos sentiram o golpe como um pugilista no ringue. Tão perto da vitória, a derrota saiu mais cara do que encomenda para um time que lutou muito em campo. Os holandeses agradecem, mesmo não tendo sido fácil.


Austrália 2 x 3 Holanda

Copa do Mundo – Grupo B


Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)

Data: 18 de junho de 2014, quarta-feira

Horário: 13h (de Brasília)

Árbitro: Djamel Haimoudi (Argélia)

Assistentes: Redouane Achik (Marrocos) e Abdelhak Etchiali (Argélia)

Público: 42.877

Cartões amarelos: Cahill (Austrália); Van Persie (Holanda)

Gols: Austrália: Cahill 20’ 1º T; Jedinak (p), 7’ 2º T; Holanda: Robben 19’ 1ºT; Van Persie aos 12’ 2º T, Depay 22’ 2º T

Austrália: Ryan; McGowan, Wilkinson, Spiranovic e Davidson; Jedinak, McKay e Bresciano (Bozanic); Leckie, Cahill (Halloran) e Oar (Taggart)

Técnico: Ange Postecoglou

Holanda Escudo

Holanda: Cillessen; Vlaar, De Vrij e Martins Indi (Depay); Janmaat, De Jong, De Guzman (Wijnaldum), Sneijder e Blind; Robben e Van Persie (Lens)

Técnico: Louis van Gaal

O CARA

Memphis Depay, de apenas 20 anos, mudou o jogo para a Holanda. Deu nova dinâmica ao time, atraiu para si a maioria das jogadas de ataque e mudou na prática o placar: deu a assistência brilhante para o gol de empate de Van Persie e fez o da virada, arriscando de longe e contando com uma pequena ajuda do goleiro australiano.

OS GOLS

20’/1T – GOL DA HOLANDA!

Robben dá belo drible de corpo no meio de campo, arranca em velocidade e, com bastante espaço, bate cruzado na saída do goleiro Ryan.

21’/1T – GOL DA AUSTRÁLIA!

Resposta imediata da Austrália, na reposição. Lançamento lindo de McGowan, e Cahill pega de primeira para acertar um belo chute de primeira, de esquerda, com a bola batendo no travessão e indo para o chão antes de entrar.

9’/2T – GOL DA AUSTRÁLIA!

Após pênalti controverso, Jedinak vai para a cobrança e bate bem, do lado esquerdo do gol de Cillessen, que vai para o outro lado. Virada da Austrália no Beira-Rio.

23’/2T – GOL DA HOLANDA!

A Holanda responde rápido ao gol de virada de Jedinak. Robben toca para Depay, que encontra com maestria Van Persie dentro da área. O atacante recebe em posição legal e bate de esquerda, na saída de Ryan, para empatar.

13’/2T – GOL DA HOLANDA!

Depois de servir Van Persie no gol de empate, Depay deixa o seu. O ponta-esquerda carregou a bola na intermediária e bateu de longe. A bola quicou na frente de Ryan e dificultou a vida do goleiro, que viu a bola passar perto dele: 3 a 2 para a Holanda.

A TÁTICA

Austrália Holanda Campinho

Empolgado com a goleada sobre a Espanha, Louis van Gaal manteve o esquema e a escalação, mas contra a Austrália não estava dando certo. No final do primeiro tempo, sacou o zagueiro Martins Indi, mudou para um 4-3-3, com Depay entrando na ponta-esquerda, e o resultado foi uma melhora nas jogadas ofensivas. A Austrália entrou no 4-2-3-1 e não se limitou a se defender. No geral, foi melhor no primeiro tempo, criando mais chances e contando com um papel fundamental de Leckie na ponta-direita. McGowan apoiava bem, enquanto Davidson foi o ponto fraco defensivo, pela esquerda.

A ESTATÍSTICA

5

Com o gol de hoje, Cahill chegou a cinco em Copas do Mundo. O jogador igualou Landon Donovan e Roger Milla como maior artilheiro do Mundial em países não europeus ou sul-americanos.

Atuações: Depay entra e muda o jogo para a Holanda. Cahill faz um golaço

Atacante substitui Martins Indi no fim do primeiro tempo e aproveita oportunidade com um gol e uma assistência. Astro da Austrália faz gol mais bonito do jogo no Beira-Rio

Header Australia (Foto: Infoesporte)

RYAN - GOLEIRO

Sem ser muito testado, nada pôde fazer nos dois primeiros gols holandeses. Porém, falhou no chute de Depay no terceiro gol adversário, que acabou deixando a Holanda confortável no jogo e concretizou a derrota australiana.

Nota: 5,0

MCGOWAN - LATERAL-DIREITO

Responsável pelo belo lançamento que resultou no gol de Cahill, teve mais trabalho com Depay no segundo tempo e se confundiu na marcação algumas vezes.

Nota: 6,5

WILKINSON - ZAGUEIRO

Discreto na partida, teve atuação melhor do que seu companheiro Spiranovic. Na etapa final, se complicou na marcação em alguns cruzamentos.

Nota: 6,0

SPIRANOVIC - ZAGUEIRO

Deixou Robben invadir a área e ter tempo para pensar na jogada do primeiro gol e ainda desperdiçou grande chance no ataque, no meio do primeiro tempo.

Nota: 5,5

DAVIDSON - LATERAL-ESQUERDO

Foi pouco acionado, assumindo mais um papel defensivo. Quando passou a ter Robben insistentemente em seu lado da defesa, não decepcionou. Chegou a travar uma finalização do holandês no meio do segundo tempo, salvando a equipe.

Nota: 6,5

JEDINAK - VOLANTE

Capitão da equipe, buscava orientar a defesa durante toda a partida e conseguiu anular Sneijder durante toda a partida. Quando o pênalti foi marcado, chamou a responsabilidade como capitão e converteu a cobrança.

Nota: 6,5

MCKAY - VOLANTE

Realizou um bom trabalho de área a área, muitas vezes sendo o responsável por iniciar as jogadas, embora errasse passes simples em alguns momentos.

Nota: 6,0

LECKIE - MEIA

Apesar de não ter participado da jogada que originou o gol, foi a melhor opção de ataque da Austrália no primeiro tempo, dando grande trabalho pela direita. No segundo, quase marcou um gol de peito.

Nota: 7,0

BRESCIANO - MEIA

Parecia estar em ritmo bem menos intenso do que os companheiros, que apostavam na velocidade em todas as jogadas. Não cumpriu bem seu papel de armador, participando de poucos lances perigosos. Deixou o campo no começo do segundo tempo para dar lugar a Bozanic.

Nota: 5,0

BOZANIC - MEIA

Minutos depois de entrar no jogo, fez o cruzamento que bateu na mão de Janmaat e originou o gol da virada australiana. Depois, teve trabalho para achar espaço para os passes e pouco fez.

Nota: 6,5

OAR - MEIA

Pouco ajudou na criação das jogadas, limitando muito o ataque australiano pelo lado esquerdo do campo. Deu lugar a Taggart.

Nota: 5,5

TAGGART - ATACANTE

Passou a ser a referência da Austrália na área, mas pouco foi acionado, ficando muito isolado.

Nota: 5,5

CAHILL - ATACANTE

Referência australiana na partida, por muitas vezes esteve isolado demais no ataque e teve que buscar o jogo fora da área. Quando teve boa oportunidade, a converteu, marcando um golaço. Deu lugar a Halloran no meio do segundo tempo.

Nota: 7,0

HALLORAN - ATACANTE

Substituiu o astro do time, mas não apareceu com a mesma frequência no ataque.

Nota: 5,5

Header Holanda (Foto: Infoesporte)

CILLESSEN - GOLEIRO

Pouco pôde fazer no golaço de Cahill e no pênalti cobrado por Jedinak. De resto, trabalhou bem e chegou a salvar a finalização de peito de Leckie.

Nota: 6,0

VLAAR - ZAGUEIRO

Foi o pilar defensivo holandês, tanto nas jogadas em velocidade dos australianos, como nos inúmeros cruzamentos pelo alto. Atuação segura.

Nota: 6,5

DE VRIJ - ZAGUEIRO

Chegou atrasado e deu espaço para Cahill pegar de primeira após o lançamento para o primeiro gol. A partir dali, não comprometeu e fez bem seu papel ao lado de Vlaar.

Nota: 5,5

MARTINS INDI - ZAGUEIRO

Vinha sofrendo com a boa atuação de Leckie, mas não falhou em nenhum lance importante. Deixou o campo lesionado após dura entrada de Cahill. Deu lugar a Depay.

Nota: 6,0

DEPAY - ATACANTE

Foi o grande nome da Holanda no segundo tempo, dando o passe preciso para Van Persie marcar o segundo gol e arriscando o chute que daria a vitória à sua equipe.

Nota: 7,5

DE GUZMAN - VOLANTE

Começou a partida sendo muito acionado, mas aos poucos foi anulado pelo meio de campo australiano. Foi substituído por Wijnaldum.

Nota: 5,5

WIJNALDUM

Ficou cerca de 15 minutos em campo, ajudando a zaga holandesa a suportar a pressão australiana em busca do empate.

Nota: 6,0

DE JONG - VOLANTE

Foi um dos melhores destruidores de jogadas da Austrália no primeiro tempo, sem suas famosas chegadas violentas. Quase fez um gol ao chegar bem na área na etapa final.

Nota: 6,5

JANMAAT - LATERAL-DIREITO

Boa atuação na defesa, anulando Oar e forçando a Austrália a atacar mais pelo lado posto. No segundo tempo, teve que marcar Leckie e não decepcionou.

Nota: 6,5

BLIND - LATERAL-ESQUERDO

Conseguiu apenas uma boa jogada em velocidade no primeiro tempo, passando a maior parte da partida ajudando o sistema defensivo. Acabou gerando o pênalti que deu o segundo gol à Austrália.

Nota: 5,0

SNEIJDER - MEIA

O camisa 10 holandês esteve longe de suas grandes atuações. Apagado na primeira etapa, apareceu mais no segundo tempo, mas não conseguiu fazer a diferença, errando diversos lançamentos.

Nota: 5,5

ROBBEN - ATACANTE

Foi o jogador mais perigoso da Holanda no primeiro tempo. Surpreendeu ao fazer a boa jogada do primeiro gol pelo lado esquerdo do ataque, mas depois passou a atuar onde está acostumado, na esquerda. Curiosamente, lá teve mais dificuldade, bem marcado por Davidson.

Nota: 7,0

VAN PERSIE - ATACANTE

Totalmente apagado no primeiro tempo, mostrou seu faro de gol na etapa final ao receber bom passe de Depay e não desperdiçar a chance. No terceiro gol, arrastou a marcação e abriu caminho para o chute do companheiro.

Nota: 6,5

LENS - ATACANTE

Entrou no fim do jogo e nada pôde fazer

Sem nota


Fonte: Thiago de Lima e Jorge Natan/GE.COM - Leonardo de Escudeiro/Trivela

Foto: Reuters - Getty Images – Reprodução Trivela - Ballsybanter