A Justiça da Bahia determinou a prisão preventiva do jovem de 25 anos suspeito de participar da morte do torcedor do Bahia Carlos Henrique de Deus, de 17 anos, em Salvador. A decisão foi tomada na manhã desta terça-feira, durante uma audiência de custódia, segundo informações da delegada Patrícia Ribeiro, da 3ª Delegacia de Homicídios, que investiga o crime.
Pietro Henrique Caribé Pereira foi preso em flagrante na última segunda e estava na carceragem do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo a delegada, após a determinação da Justiça, ele foi encaminhado ao sistema prisional. Patrícia Ribeiro informou, ainda, que, durante depoimento, o suspeito negou envolvimento no crime, mas foi reconhecido por testemunhas e identificado por Isaías Sousa Santos, que é amigo de Carlos e que também foi baleado no, mas sobreviveu.
Pietro Henrique Caribé Pereira foi preso por volta das 14h de segunda-feira, na casa onde morava com a mãe, no bairro do Garcia, em Salvador. Ele confirmou que fazia parte da principal torcida organizada do Vitória, mas disse que deixou o grupo em fevereiro deste ano. Segundo a polícia, Pietro é estudante de Direito, motorista do Uber e segurança de uma faculdade particular da capital baiana. Ele já tem passagem por furto de veículos e chegou a ficar dez dias preso, em fevereiro desse ano, por agressão e roubo contra outro torcedor do Bahia durante uma briga.
Pietro seria apresentado à imprensa na segunda à tarde, mas o advogado dele, Antônio Glorisman, pediu que a apresentação fosse cancelada alegando que o cliente não havia autorizado a divulgação se sua imagem. A polícia atendeu ao pedido do defensor, mas autuou o suspeito em flagrante por homicídio, por conta da morte de Carlos, e por tentativa de homicídio contra Isaías, baleado na região do pescoço. Carlos foi enterrado na tarde desta segunda no cemitério do Campo Santo, no bairro da Federação.
BA-VI DA PAZ?
O corpo de Carlos Henrique, que tinha 17 anos, foi sepultado na tarde desta segunda-feira, no cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador. O pai da vítima, o segurança José Carlos Espírito Santo de Deus, de 51 anos, afirmou, em entrevista para a TV Bahia, que o filho não fazia parte de torcida organizada, hipótese levantada após o crime. Ele também questionou a segurança nos jogos de futebol.
- Tive um pressentimento, falei para ele não ir. Ele disse que já tinha comprado o ingresso. Ba-Vi da paz? Cadê a paz? Meu filho nem bebe, quem dirás fazer parte de torcida organizada. Infelizmente meu filho foi mais uma vítima da violência de Salvador. O que estou sentindo hoje, amanhã qualquer um pode sentir da mesma forma – declarou.
De acordo com um tio da vítima, ele foi surpreendido pelos agressores.
- Passou esse carro, saltou e já foi dando tiro, aquele corre-corre. Um menino tranquilo, ficou sem saber onde correr. Tomou um tiro na perna e outro no abdômen – relatou o tio da vítima, Jorge Conceição dos Santos, 53 anos.
Fonte: Globo Esporte