Talisca, Railan e Pará simbolizam mudança de ares na base do Bahia
Além de comandar quase todas as ações ofensivas do Bahia e fazer o gol de empate no jogo contra o Flamengo, Talisca tem sido o principal jogador do time no Campeonato Brasileiro. E a ascensão dele representa um novo momento na base tricolor, que se vê valorizada nos profissionais. As escalações dos laterais Railan e Pará entre os titulares compõem também esse cenário, inimaginável há alguns anos.
Em 2011, por exemplo, o Bahia foi vice-campeão da Copa São Paulo, e ao invés de apostar na garotada, trouxe jogadores jovens vindos de outros clubes. Nomes como Pedro Beda, ex-Flamengo, Boquita e Lulinha, ex-Corinthians, Zezinho, ex-Juventude e Santos, entre outros, chegaram ao clube para disputar posição com pratas da casa como Rafael Gladiador e Filipe Augusto, que tiveram pouquíssimas chances nos profissionais naquele ano. Em 2012 e 2013, alguns garotos, como Madson, Jussandro e Feijão chegaram a despontar, mas nenhum com o protagonismo de Talisca. O mais próximo disso foi Gabriel, vendido rapidamente ao Flamengo.
Talisca foi quem mais finalizou na rodada. Ao todo, foram 12 chutes contra o Flamengo. E para muitos deveria estar na Seleção sub-21 que disputa o Torneio de Toulon, na França, mas não foi convocado pelo técnico Alexandre Gallo. Railan e Pará ainda buscam se firmar definitivamente na equipe.
- O Railan, quando chegamos, vivia um momento ruim, mas se superou, além de jogador é torcedor do clube, é um cara de uma alegria sensacional. E o Pará, quando eu vi jogar, sempre chamava de Pablo Armero, porque ele parece com o ex-jogador do Palmeiras na maneira de jogar - conta Miguel Kertzman, responsável pelas categorias de base do Bahia.
A reestruturação vai além desse sucesso nos profissionais. No sub-20, o Bahia voltou a vencer o Campeonato Estadual após três anos de fila. E o destaque, com dois gols na final, foi o atacante Jeam, que também está no time de cima. Nas outras categorias, a prioridade foi de reestruturação.
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- Havia uma superlotação nos alojamentos, nós priorizamos a qualidade. E a partir do momento em que colocamos a base em um padrão administrável, passamos a priorizar o lado humano. Contratamos um psicólogo, que não havia, e conseguimos o certificado de clube formador nível A, que nos permite ter uma proteção maior em relação aos nossos atletas - explica Miguel Kertzman, se referindo ao fato do clube ter perdido diversos jogadores para outras equipes brasileiras nos últimos anos.
O certificado faz com que o Bahia possa assinar um contrato de formação com seus jogadores e possa pedir indenização de um valor até 200 vezes maior do que o comprovadamente gasto na formação do atleta. Por estar desprotegido nos últimos anos, o clube perdeu diversos jogadores, como o lateral-esquerdo Inácio (São Paulo), o goleiro Caíque (Vitória) e o atacante Jacó (Fluminense), entre outros.
Nota Luis Peres @BahiaClub: Tem certas coisas que se eu não lesse, seguramente não acreditaria. Os atletas base que ora vem jogando, além de suas excepcionais qualidades, contaram com a pressão da Torcida. Se não fosse isso, já teriam todos ido parar no Corinthians Alagoano, por exemplo.
Fonte: Pedro Venancio - Na base da bola
Foto: Reprodução