Jogador faz desabafo e pede 'vergonha na cara' à diretoria do Bahia: "tem muita coisa errada no clube"
Em meio à crise, reforma no departamento de futebol começa e dois já deixaram o clube
Durou pouco mais que um contrato de experiência a passagem do diretor de futebol Rodrigo Pastana pelo Bahia. Apenas 96 dias após ser apresentado no Fazendão, no dia 31 de julho, ele é o primeiro a perder o emprego com o reflexo do agravamento da crise no tricolor, acentuada após a derrota por 1 x 0 para o Palmeiras domingo, na FonteNova. Trazido por Pastana, o gerente de futebol Marcus Vinícius também deixará o clube.
Pastana deixou o clube, mas Gilson Kleina não será demitido (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)
O anúncio será feito aos atletas hoje, na reapresentação do elenco. O próprio Pastana já confirma a saída. “Eu e o Marcus colocamos os nossos cargos à disposição por entendermos que não podemos mais ajudar. Boa sorte ao Bahia", confirmou o agora ex-diretor, que não tinha bom relacionamento com o técnico Gilson Kleina, embora tenha sido o principal entusiasta da contratação do treinador. Kleina, apesar da má fase, está mantido até o momento.
Rodrigo Pastana, 38 anos, foi o quarto diretor de futebol do Esquadrão nesta temporada. Antes dele passaram pelo cargo William Machado, Ocimar Bolicenho e o interino Cícero Souza.
Desabafo
A insatisfação com a forma como o Bahia vem sendo gerido se estende ao zagueiro Lucas Fonseca, que escancarou seu incômodo logo após a derrota para o Palmeiras.
“Nossa situação na tabela resume muito o ano do Bahia. Difícil transferir responsabilidade, mas a troca de comando nos atrapalhou e isso influencia muito. Tem muita coisa errada no clube e tem que ser assumida. O Bahia tem que se reestruturar e organizar muita coisa. Está na hora de ter vergonha na cara e assumir a responsabilidade. A gente ainda tem chances”, desabafou Lucas em entrevista ao programa Os Donos da Bola, da Band.
Lucas está desde 2012 no Bahia, com um intervalo no primeiro semestre de 2013, quando defendeu o Mogi Mirim. “Naminha visão, o jogador tem que pensar e se preocupar apenas em jogar futebol, mas este ano teve muita coisa por trás nos prejudicando. Agora todo mundo paga e o Bahia é o principal punido”, afirmou.
Entre os problemas, o atraso salarial virou corriqueiro neste segundo semestre - agora está em dia.
O Bahia respondeu às declarações em nota enviada pela assessoria de comunicação: “Em nenhum momento na temporada houve ‘falta de comando’ e a questão envolvendo o atleta Lucas Fonseca será definida internamente nesta terça (hoje), dia da reapresentação do elenco”, diz o texto.
Há sete jogos sem vencer e em 19º lugar no Brasileirão, o Bahia enfrenta o Goiás, domingo, fora de casa.
