No Brasileiro da experiência, revelação do Bahia foge da 'marra' e sonha com Alex: 'Ele é f...'
Anderson Talisca é a revelação da boa campanha do Bahia até aqui no Brasileiro
Em meio a nomes já consagrados como os de Alex, Seedorf e Zé Roberto, um jovem de 19 anos tenta se colocar entre os destaques do Campeonato Brasileiro de 2013. Anderson Talisca ainda está longe do currículo vencedor dos "trintões", mas já chama a atenção pelos bons passes na campanha que põe o Bahia entre os três melhores times do país.
Se dentro de campo o meia-atacante tem seguido a cartilha dos mais velhos - e grandes nomes do Nacional até aqui -, fora dele, adota outro perfil. Pelas ruas de Salvador, Talisca dificilmente passa despercebido: gosta de roupas de marcas, usa brinco e desfila por aí com um belo, e caro, carro esportivo. Só não vá chamá-lo de "marrento".
"Nunca concordei com isso. Quem me conhece sabe quem eu sou. Sei que eu não sou nada disso. Quem tem boca fala o que quer, mas isso só me serve de motivação", desabafa o meio-campista.
As polêmicas fora de campo
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A fama de "marrento" não veio por acaso. Além dos penduricalhos que fazem seu estilo fora de campo, Talisca se apresentou ao torcedor tricolor com uma polêmica. Em novembro de 2012, em meio ao processo de renovação de seu contrato, o jogador soltou o verbo no Facebook e garantiu que não vestiria mais a camisa do Bahia.
"Adeus Bahia. Não tem Talisca mais certo. Bahia é vacilão. Não sabe dar valor, perde. O Bahia tem que saber dar valor aos jogadores que tem se não vai perder tudo...", escreveu o jovem na época, alegando ter sido cortado da seleção brasileira sub-20 a pedido do clube, que não queria ver uma de suas promessas expostas em uma ‘vitrine'.
O Bahia, posteriormente, negou que tenha pedido a dispensa e garantiu ter oferecido um "aumento histórico" para o jogador, considerando os padrões do futebol de base. Uma semana após o início do imbróglio, Talisca se desculpou na mesma rede social e anunciou a renovação de seu vínculo - estima-se que o meia tenha recebido R$ 800 mil.
O novo patamar salarial trouxe mais um episódio curioso para a vida extra-campo de Talisca. O jovem resolveu investir na compra de um carro Hyundai Veloster, avaliado em R$ 70 mil, fato que desagradou o então técnico tricolor Jorginho. Mas quem saiu ainda mais bravo da história foi jogador.
"Achei errado da parte dele. Isso é uma coisa pessoal minha. Não tem que treinador entrar. Ele não sabe das coisas que eu faço, ele não sabia de nada. Eu sei das coisas que eu fiz. Se eu tivesse errado, estaria arrependido, mas não estou", diz, firmemente, até hoje.
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Das vaias à redenção em três dias
Talisca estreou como profissional no Bahia no dia 19 de janeiro, na abertura da Copa do Nordeste, contra o Itabaiana. O primeiro gol veio na semifinal do Estadual, contra o Juazeiro, e a primeira partida no Campeonato Brasileiro, contra o Corinthians, em julho. Mas dessa última, o jovem não guarda boas lembranças.
"As vaias são normais. Sabia que isso ia acontecer um dia, mas hoje já é diferente, não me vaiam mais. A torcida me cobra porque sabe o que eu tenho para dar", lembra Talisca, que retornava da seleção e, além de ver o Bahia perder por 2 a 0, errou quase tudo que tentou naquela tarde.
A resposta, porém, não demorou. Na quarta-feira seguinte, o Bahia chegou ao Morumbi para encarar o São Paulo. Dessa vez, vitória baiana, com direito a gol de Talisca. Deste então, a equipe tricolor não perdeu mais e arrancou para assumir a terceira colocação do Campeonato Brasileiro.
Alex e o sonho ao alcance
A frente do Bahia na tabela de classificação apenas o Botafogo e o Coritiba. A distância de pontos para as duas equipes é a mesma (os dois clubes dividem a liderança com 20), mas são os paranaenses quem chamam a atenção de Talisca. Tudo por causa do maestro do time, o meia Alex.
"Se eu tivesse a chance, como eu gostaria de conhecer aquele cara", revela, lamentando ter perdido a primeira oportunidade do encontro na segunda rodada do Nacional, no 0 a 0 entre Bahia e Coritiba, por estar defendendo a seleção sub-20.
Ao ser lembrado que o segundo turno ainda pode marcar o "encontro de gerações" entre Talisca e Alex, o jovem do Bahia mostra que, à parte qualquer "marra", ainda sabe sonhar. "É verdade... Nossa, ele é muito f...", resume.
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Fonte: Thiago Cara, do ESPN
Foto: Reprodução e Gazeta Press
