Postado por - Newton Duarte

Um dia de cada vez...

Diante de Brasileirão equilibrado, técnicos evitam metas a longo prazo

Treinadores de Bahia e Vitória, Cristóvão Borges e Ney Franco preferem focar em metas curtas e jogar um jogo de cada vez no torneio nacional

Estabelecer metas de pontos e vitórias tornou-se prática comum entre os mais variados treinadores brasileiros. À base de cálculos e avaliações de desempenho, eles traçam objetivos e projetam o destino dos seus clubes na competição. No Campeonato Brasileiro de 2013, porém, a tarefa de planejar o futuro tem sido árdua, graças ao grande equilíbrio que marca a competição. A distância curta entre os times, além do flerte simultâneo com G-4 e zona do rebaixamento, impede que técnicos como Cristóvão Borges, do Bahia, e Ney Franco, do Vitória, tenham definido em mente em que parte da tabela suas equipes vão brigar ao fim da competição.

O dito Campeonato Brasileiro mais disputado dos últimos anos não ganhou essa fama à toa. Os números comprovam que a edição de 2013 do certame nacional é a mais equilibrada desde que a competição passou a ser disputada no sistema de pontos corridos com 20 clubes, no ano de 2006. Ao fim da rodada deste fim de semana, a de número 28, a distância do Vitória, sexto colocado, para o Criciúma, 17º, é de apenas oito pontos - a menor margem de diferença desses sete anos.

As únicas edições da Série A que se aproximam desta em termos de equilíbrio, pelo menos no quesito distância entre os times, são as de 2006 e 2007, quando, ao fim da 28ª rodada, a distância entre o sexto e o 17º colocados era de nove e dez pontos, respectivamente. No geral, essa média fica entre 15 e 17 pontos. Foi assim, por exemplo, em 2011, quando o sexto colocado Fluminense tinha 17 pontos de vantagem sobre o 17º Atlético-MG, e em 2012, quando Internacional abriu 15 pontos de distância para o Sport.

Ney Franco evita metas longas e fala abertamente em dar um passo de cada vez

Diante desse cenário, Ney Franco e Cristóvão Borges adotaram discursos bem parecidos nessa reta final de Brasileirão. Eles têm evitado propor metas longas para os seus elencos. Em vez disso, ambos os treinadores preferem um tom mais cauteloso, de dar um passo de cada vez, disputando um jogo após o outro.

Essa estratégia, inclusive, foi confessada pelo comandante rubro-negro antes dos confrontos contra Coritiba e Botafogo, ambos dentro de casa. Segundo ele, em caso de dois triunfos, o Leão se credenciaria de vez a brigar pelo G-4 e, consequentemente, por uma vaga na Taça Libertadores da América. Contra o Coxa, triunfo por 2 a 1. Agora falta a partida contra o Botafogo, que acontece nesta quinta-feira, no Barradão.

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Ney Franco, que chegou ao Vitória no início de setembro, duas rodadas antes do fim do primeiro turno, faz uma retrospectiva do desempenho de sua equipe desde que chegou até aqui.

– Quando eu peguei a equipe, a gente estava na 13ª posição, portanto mais longe do G-4 e mais próximo da zona do rebaixamento. Com sete jogos seguidos somando pontos, nós arrancamos para sexto colocado e tivemos um momento mais próximo do G-4 do que da zona. Como tivemos duas derrotas (contra São Paulo e Bahia), queimamos essa gordura, mas acho que a gente pode adquirir de novo. O campeonato está muito parelho. Não tem aquela meta curta, mas estamos vivendo e respirando a cada jogo – avalia.

Cristóvão Borges ainda sonha com G-4

cristovao borges, tecnico do bahia (Foto: Thiago Pereira)

Na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, a posição ocupada pelo Bahia é inferior àquela ocupada pelo Vitória. Em termos de sonhos, no entanto, as ambições se igualam. Com 36 pontos e ocupando a 12ª posição no campeonato, o Tricolor está mais próximo da zona de rebaixamento do que do grupo dos quatro melhores – são quatro pontos de diferença para o Criciúma, time que abre o Z-4, e 12 para o Atlético-PR, primeiro clube dentro do G-4. Mesmo assim, o técnico Cristóvão Borges mantém aceso o sonho de terminar a competição entre os quatro melhores, porém não esquece a cautela.

- Pensamos e sonhamos com o G-4, porque assim você foca de uma forma que vai te levar a crescer. Nós não podemos deixar de estar em estado de alerta. As distâncias estão diminuindo. Como esse campeonato exige regularidade, a cada rodada essa exigência aumenta. Estamos atentos a isso, porque precisamos melhorar - conclui.


Fonte: Rafael Santana – GE.COM

Foto: Correio - Raphael Carneiro e ThiagoPereira