Engenhão: pequeno Maracanã da corrupção
No meio do ano passado, o estádio do Engenhão foi interditado. A cobertura está sendo modificada depois de terem sido constatados problemas na estrutura da cobertura, menos de seis anos depois da inauguração. A obra deve terminar somente no final deste ano. Cadeiras seguem empilhadas, estragando-se, enquanto os banheiros, em perfeitas condições, estão sendo reformados. O Tribunal de Contas da União e o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE) não estão vendo isso?
O Estádio Olímpico João Havelange foi interditado em março de 2013 por causa de um laudo da empresa alemã SBP. Segundo o documento, o estádio apresentava problemas estruturais na cobertura, que poderia ruir com ventos superiores a 63 km/h. Isso depois de três anos de obras, que começaram em 2004 e só terminaram em 2007. Foram R$ 380 milhões, quatro vezes mais que o orçamento original, de R$ 60 milhões. O Engenhão parece um pequeno Maracanã, superfaturado e subutilizado.
Segundo um relatório do TCE, do mês passado, o Maracanã pode ser sido superfaturado em até R$67,3 milhões. O documento aponta vários itens não justificados nas planilhas e substituídos por valor superior. A reforma do estádio, primeiramente com orçamento de R$ 705 milhões, tem custo final estimado em R$ 1,2 bilhão. Será que alguém tem dúvida que é o mesmo que está acontecendo com o Engenhão?
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A mesma empresa está envolvida nos dois empreendimentos: Odebrecht. No Maracanã, em parceria com a Andrade Gutierrez e, no Engenhão, com a OAS. Mesmo com a reabertura prevista para o final do ano, o prejuízo já é grande. O Botafogo, permissionário do estádio, estima ter perdido R$ 45 milhões, isso sem contar o comércio da área. Tirando tudo isso, o estádio não serve ao Botafogo, mas serve à FIFA.
O campo anexo ao estádio, que serve como centro de treinamento para o time carioca será cedido á FIFA para uso das seleções que disputarão a Copa, a partir da próxima quarta-feira (21). O Botafogo busca uma alternativa, provavelmente o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), que pertence à Marinha.
Os dois estádios dão sequência às obras feitas com dinheiro público e empreiteiras privadas, onde a Copa do Mundo, a Olimpíada e os grandes eventos esportivos servem como grandes incentivos.
Fonte: Jornal do Brasil
Foto: Reprodução
