Postado por - Newton Duarte

Um livro para acabar com a ingenuidade do futebol deste país

Um livro para acabar com a ingenuidade do futebol deste país. O Lado Sujo do Futebol. Mostra como a dupla João Havelange e Ricardo Teixeira fez o que quis na Fifa e na CBF. Imperdível…

2ae10 Um livro para acabar com a ingenuidade do futebol deste país. O Lado Sujo do Futebol. Mostra como a dupla João Havelange e Ricardo Teixeira fez o que quis na Fifa e na CBF. Imperdível...

Prepare o seu coração, leitor.

Se você é um daqueles torcedores fanáticos esse livro vai mexer com os seus sentimentos e com a sua maior paixão. De uma maneira diferente, mas não menos intensa. A crônica esportiva dará lugar a investigações policiais, a comissões parlamentares de inquérito e a processos nas Justiças brasileira e internacional.

Nas páginas a seguir, como anuncia o título, você realmente conhecerá não só o lado sujo, mas a podridão do futebol. Aquele que não é possível ver das arquibancadas e nem pela televisão. Ficará surpreso ao perceber que o jogo é ainda mais disputado longe dos gramados. E que os dribles de craques consagrados não são tão eficientes como os que os cartolas costumam dar nos órgãos de fiscalização e controle.

Entre outras coisas, você saberá como o Ricardo Teixeira e o seu então sogro, João Havelange, criaram uma ditadura na CBF e na FIFA e como enriqueceram saqueando o futebol. Os dois não hesitaram em transformar a paixão dos torcedores em um modelo de negócios corrupto e lucrativo apenas para si mesmos e para os seus cúmplices.

Anos mais tarde, contudo, um acidente de carro nos EUA destruiu a relação familiar e mudou a trajetória de Ricardo Teixeira e os rumos do futebol brasileiro. Você entenderá logo mais.

O Lado Sujo do Futebol é resultado da inquietação dos competentes jornalistas Amaury Ribeiro Jr, Leandro Cipoloni, Luiz Carlos Azenha e Tony Chastinet. Poucos profissionais da imprensa demonstram tamanho compromisso com a informação precisa como os quatro autores.

Com sensibilidade e técnica jornalística apuradas, os repórteres mostram que as ações inescrupulosas da quadrilha que comanda o futebol são entrelaçadas em histórias de mentiras, traições conjugais e entre parceiros de negócios, lavagem de dinheiro, chantagens e outras fraquezas humanas que seguram o leitor até a última página. Uma novela na qual não há mocinhos e nem final feliz. É triste, mas imperdível!

Instigados pelos fatos nebulosos que envolvem o futebol e curiosos em compreender as negociatas fraudulentas dos dirigentes esportivos, os jornalistas dissecaram inúmeros contratos e prestações de contas para rastrear o dinheiro enviado para paraísos fiscais. Um trabalho de investigação impecável.

Graças a esses dados, identificaram as intrincadas operações financeiras para lavar dinheiro, assim como o enriquecimento ilícito dos cartolas que contrasta com a dívida bilionária dos clubes de futebol brasileiros.

Os documentos levantados em fontes oficiais revelam em detalhes como Ricardo Teixeira e João Havelange chegaram ao poder e criaram uma rede de relacionamentos com dezenas de autoridades, oferecendo mimos e usando a seleção brasileira de futebol, patrimônio do nosso País.

Por tudo isso e muito mais, O Lado Sujo do Futebol é um golaço dos jornalistas. Instigante, a publicação embrulha o estômago dos desavisados porque desvenda o submundo da cartolagem e escancara como o esporte mais popular do planeta foi contaminado pela mentira e pela trapaça.

Não há como permanecer passível diante de tantas denúncias e graves revelações. Arrisco a afirmar que depois de ler esse livro até a relação com o seu clube do coração pode mudar.

A apuração responsável utilizada pelos experientes repórteres garante a credibilidade das denúncias e presta um serviço dos mais relevantes ao Brasil. Afinal, o único pentacampeão mundial precisa entender como é tratado o futebol, um dos traços mais marcantes da cultura nacional.

Enfim, você tem nas mãos um texto indispensável para conhecer o que se passa fora das quatro linhas. É a oportunidade para refletir e rever os seus conceitos sobre o esporte e, principalmente, sobre quem o administra. Agora, mais do que nunca, tenho certeza de que a CBF é mesmo o câncer do futebol!

Vá em frente e aproveite.

ROMÁRIO DE SOUZA FARIA

2divulgacao1 1024x698 Um livro para acabar com a ingenuidade do futebol deste país. O Lado Sujo do Futebol. Mostra como a dupla João Havelange e Ricardo Teixeira fez o que quis na Fifa e na CBF. Imperdível...

Este é o prefácio que Romário fez para o Lado Sujo do Futebol.

Livro que dá um golpe de morte na ingenuidade.

Mostra de maneira seca, muito bem apurada, os bastidores.

As tramoias do futebol neste país.

Disseca João Havelange e Ricardo Teixeira.

Não são denúncias ao vento.

As acusações fortíssimas são embasadas em provas.

Cartórios foram devassados.

Participe e ganhe:

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Nome algum foi poupado.

Tudo é escrito com uma clareza chocante.

Mostra como Havelange fez da Fifa uma máquina de ganhar dinheiro.

Enquanto dominava o mundo, colocou seu genro para cuidar do Brasil.

E se preparar para sucedê-lo.

Só que a ambição desmedida da dupla colocou tudo a perder.

Mostra também as relações íntimas dos dois com o poder.

Explica como a Globo e a CBF viraram irmãs siamesas.

O trabalho de apuração está por trás da coragem nas denúncias.

O livro da Editora Planeta foi escrito a oito mãos.

Amaury Ribeiro, autor de Privataria Tucana.

Toni Chastinet, Leandro Cipoloni e Luiz Carlos Azenha.

Será lançado em português e espanhol.

No Brasil, na Argentina e no México.

Por enquanto.

Já é possível encontrá-lo em todo o Brasil.

A lançamento oficial será nesta sexta-feira.

Na livraria Cultura do Conjunto Nacional em São Paulo.

Com a presença garantida dos autores.

Abaixo um trecho do livro.

Detalha a íntima ligação entre João Havelange e Roberto Marinho.

E que reflete até hoje.

Leitura imperdível...

Quando Ricardo Teixeira assumiu a CBF, em 1989, a TV Globo já mandava no futebol. E no País. No final daquele ano, a emissora conseguiu manipular a primeira eleição presidencial após a redemocratização do Brasil. Ao longo da campanha, favoreceu o candidato Fernando Collor de Mello, sócio da Globo em Alagoas, onde tinha sido governador. Com apoio da grande imprensa e do empresariado, Collor foi ao segundo turno contra o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. No dia seguinte ao debate final da campanha, transmitido pela emissora, a direção determinou que o “Jornal Nacional”, principal telejornal do país, exibisse uma edição favorável a Collor. O “caçador de marajás”, como o político era conhecido em Alagoas, foi eleito.

Ao neófito cartola, portanto, era prudente fazer a política de boa vizinhança – ou, em português claro, rezar a cartilha da família Marinho. O mais importante, àquela altura, era não mexer na galinha dos ovos de ouro: os direitos de transmissão dos jogos da seleção brasileira. Desde 1978, quando deu aquela mãozinha para João Havelange na transmissão do Mundial da Argentina, a Globo detinha os jogos da Copa do Mundo. O sogro já havia instruído seu pupilo de que a parceria com a família era antiga – e deveria ser cuidada com carinho.

A aproximação havia começado dois anos antes, no início de 1976, para tratar da transmissão da Copa. A pedido de Havelange, Roberto Marinho e o seu então superintendente de Produção e Programação, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, receberam o presidente da Fifa para um almoço na sede da emissora, no Rio. Em sua biografia, Havelange descreve Marinho como “um homem de personalidade e palavra”. A recíproca desse carinho ficou marcada na memória do cartola por um episódio que ocorreu muitos anos depois. Em 1994, um amigo de Havelange e Boni foi preso: o bicheiro Castor de Andrade. Acusado de contravenção, Castor esteve foragido até ser preso no meio do Salão do Automóvel de São Paulo, disfarçado com bigode postiço e peruca preta.

Naquela época, o diretor da Globo e o presidente da Fifa eram mais que amigos: “Tenho no Boni um irmão mais novo”, definiu o cartola. Os três viviam grudados. Boni ficou próximo de Castor pelo samba – o bicheiro, morto em abril de 1997, foi patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel e ajudou a criar a Liga das Escolas de Samba do Rio. Havelange conheceu Castor no futebol, como já contamos, como patrono do Bangu – e se tornaram amigos do peito: reportagem do próprio jornal “O Globo”, de 9 de abril de 1994, chamou o presidente da Fifa de “avalista moral de Castor” e lembrou que, segundo o Ministério Público, o cartola apareceu na lista de propinas do bicheiro – que andava com um “atestado de idoneidade” assinado de próprio punho pelo presidente da Fifa.

Quando o bicheiro foi preso, a dupla foi ao presídio prestar solidariedade. “Doutor Roberto” descobriu, pela imprensa, a visita de seu diretor a um contrabandista num presídio e ficou incomodado. No livro sobre a vida de Havelange o episódio é narrado assim:

“Assim que soube, Roberto Marinho chamou Boni à sua sala, no décimo andar da sede da TV Globo:

– Boni, eu estou muito aborrecido com o fato de você ter ido visitar o Castor.

– Mas, doutor Roberto…

– Não precisa explicar, não. Eu sei que você foi lá por causa do Carnaval.

– Eu não fui lá por causa do Carnaval, não, doutor Roberto. Eu fui pra lá por causa do João Havelange.

– Bom, então pelo menos nós temos aí uma boa desculpa pra eu não me zangar com você. Eu adoro o João Havelange.”

Foi nesse ambiente do “tudo junto e misturado” que o cartola Ricardo Teixeira foi formado. Ganhou blindagem de todos os lados. Era protegido, bajulado, paparicado. Até o dia em que mexeu onde não devia. Já seguro de si, com mais de uma década no comando da CBF, resolveu crescer os olhos sobre os direitos de transmissão da seleção brasileira...

2ae10 Um livro para acabar com a ingenuidade do futebol deste país. O Lado Sujo do Futebol. Mostra como a dupla João Havelange e Ricardo Teixeira fez o que quis na Fifa e na CBF. Imperdível...


Fonte: Cosme Rímoli – R7

Fotos: Reprodução