Postado por - Newton Duarte

Uma jornada para salvar 2 estrelas

Uma jornada para salvar 2 estrelas

Diário de bordo, data estelar 27 de julho de 2014

Não tenho mais paciência para escrever sobre o Bahia. Creio que este seja o último texto que escreverei durante muito tempo. O Bahia não me merece. Não que eu seja grande ‘coisa’. É que o Bahia conseguiu se transformar em algo muito pior. Do menino que vende amendoim na porta da Arena, passando pela torcida e chegando à Diretoria, tudo é medíocre. Eu estou no ‘bolo’ Um ambiente recheado de atores canastrões.

Schmidt

Durante a Copa do Mundo, após a acachapante goleada da Alemanha sobre o Brasil, numa manhã qualquer e na esteira da onda de revolta geral, a Presidente Dilma vociferou que promoveria mudanças radicais no Futebol Brasileiro.

No mesmo dia, ‘nosso’ Presidente concede entrevista ao site Terra, especialmente ao jornalista Bob Fernandes, quando assume que não votaria no Presidente da CBF, José Maria Marin, e que seu representante votou na chapa ora vencedora para não sofrer represálias futuras.

No mesmo dia, a noite, o Ministro dos Esportes concede entrevista afirmando que não haveria mudanças, até por questões legais e que a Presidente não quis falar “bem aquilo” e blá, blá, blá..

Ora, a dita entrevista de Schmidt seguramente chegou ao Presidente da CBF. Não fica difícil saber o que acontecerá... Tudo isso a despeito de ‘nossos’ próprios erros.

Ou nosso Presidente é muito mal assessorado ou cometeu um erro político infantil. Foi procurar sarna pra se coçar.

Marketing

Assistimos horrorizados à contenda entre o Bahia e a Nike. Reclamações justas, outras nem tanto. Reuniões para redução do prazo de contrato. Anuncio da redução do prazo de contrato. Viagem à São Paulo para reunião para anunciar a mesma redução já anunciada do prazo de contrato.

Arrogantemente, o clube anuncia que não usaria o uniforme Tricolor (n.º 2) e a camisa amarela, que homenagearia a Seleção Brasileira.

De repente, eis que surge o Bahia na saída do vestiário do Itaquerão todo ‘paramentado’ de Tricolor. O que mudou? Mas, o que interessa é o pensamento das concorrentes da Nike quando do fechamento de qualquer contrato de fornecimento de material ao Bahia. Eles poderão achar que sofrerão o mesmo achaque. Entraremos fragilizados em qualquer negociação. Ninguém é otário e acredita ou tem medo de bravatas.

Ridículo foi assistir pela TV os jogadores reservas do Bahia, neste mesmo jogo, cada um vestido de uma forma diferente. A que ponto chegamos!!

Entrevistas ufanistas são concedidas à mídia nacional. Factoides e ‘invencionices’ permearam o período da Copa do Mundo.  Do “Plano Binha de São Caetano”, quando fomos informados que seremos o “Real Bahia United Barcelona Gunners Citizens Munique de Milão” em três anos, a determinadas combinações com torcedores nas Arenas da vida. “Descobri” que temos uma torcida que nunca pensei existir. Uma que faz festa em qualquer ocasião e que poderia até ganhar o título de ‘Torcida de Ouro’. Taí ‘uma coisa bem pensada’.

O Bahia copia um plano de associação, desconsidera todos os fatores socioeconômicos do público a que se destinava e, ainda, não oferece qualquer contra partida. Sinceramente... Não foi feita qualquer pesquisa? Algum ‘especialista’ participou disso?

Mas, não há nada que seja ruim e não possa piorar: O Bahia extingue o TOB e o repassa para o Consórcio que controla a Arena Fonte Nova. Tal qual MGF. Algum tempo depois, a OAS integrante do dito empreendimento retira o patrocínio da camisa.

Ah! Me deixe, viu!!

Divisão de Base

O Bahia vai na contramão de tudo o que vem sendo discutido no futebol atual. Abdica ‘gratuitamente’ ou em troca de valores aviltantes das revelações da Divisão de Base e para trazer um caminhão de jogadores acima de 30 anos. Todos jogadores que deveríamos ter contratado há 5 anos.

Nada contra a idade dos atletas, mas todos acabam vinculando os péssimos resultados aos desfalques por contusões ou afastamentos por cansaço muscular. Que lógica é essa?

Estamos virando um Leônico, dia após dia.

Fundo de investimentos

Dentro da repercutida ‘transparência’ Tricolor, ninguém fala mais no famigerado Fundo de investimentos. Tivemos uma informação que o Tricolor teria, eu disse: teria desistido da empreitada e que havia sido publicada uma nota do clube informado do fato. Pois bem: Já procurei a referida nota e não encontrei. Deve ser incompetência minha.

Zona de Rebaixamento

Entramos na Zona do rebaixamento. 10 jogos sem vencer. A cada insucesso responsabilizam àquilo que está fora. Jogadores ausentes, arbitragem... Não tem jeito de reconhecer os erros. O enfadonho discurso de: ‘Viúvas de MGF...’, ‘Querem prejudicar a frágil democracia conseguida...’ – retornou com força total. Quem é viúva de quem ou quem quer prejudicar qualquer democracia?

Só para lembrar, na ‘democracia’ da Coreia do Norte, também tem eleição e seu Presidente almeja sempre a unanimidade. Alias, conseguiu isso na ‘ultima eleição’.

Os dirigentes do nosso futebol não aceitam críticas, sequer as ouvem. Mais fácil transferir para terceiros. São perfeitos. Errados, sempre são os outros. (Já cansei de escrever isso)

Para que tá feio!

Temos duas estrelas sobre nosso escudo. Quase não dá mais para ver.  Estamos nos tornando ridículos. Ufanismos e megalomanias com âncoras...

Tô cansado! Não consigo mais ter forças sequer para torcer. O Bahia não me merece.

Por isso, peço ao Sr. Sulo, ‘dobra espacial 2’ para tentar salvar nossas estrelas. Quem quiser que segure o cadáver que já fede na sala.

Mas, que está engraçado ver as penas alvinegras desgrudrando do corpo de alguns, isso está! Pelo menos, conseguem mudar de opinião. Talvez para não ter que carregar o caixão. É sempre assim.

Que Deus nos ajude. E a eleição ainda é em dezembro...

Luis Peres é Cofundador da União Tricolor Bahia e colunista do site Torcidabahia.com