Postado por - Heitor Montes

Valorizando triunfo sobre a Ponte, Jorginho destaca novo perfil do Bahia

O Bahia venceu a Ponte Preta na noite desta quarta-feira e encerrou uma série de sete jogos sem triunfos no Campeonato Brasileiro. Foi a primeira vitória tricolor fora de casa na Série A, resultado que levou a equipe baiana aos 15 pontos e 13ª lugar na tabela de classificação. Após a partida, o técnico Jorginho destacou o novo perfil demonstrado pelo time no Moisés Lucarelli. Se na época de Guto Ferreira o time era reativo e com jogadas mais verticais, agora troca passes com mais frequência e valoriza a posse de bola para chegar ao ataque.

- Só queria lembrar para vocês que nós estamos vindo de algumas boas partidas, principalmente contra o Fluminense, contra o Flamengo, quando jogamos com um a menos, mas pressionando o Flamengo. No jogo contra o Fluminense, tivemos 70% da posse de bola. As oportunidades surgiram, infelizmente não conseguimos traduzir em gols. Mas a gente vem crescendo com o tempo que estamos tendo para trabalhar. Tivemos duas semanas cheias, o único jogo que fizemos ruim foi contra o Vitória. Então eu preciso realmente recordar isso, de que estamos desenvolvendo um trabalho. Os jogadores acreditarem, que todo mérito é deles, eles estão acreditando na nossa proposta de jogo, de trabalho, manutenção da posse de bola no campo do adversário, coisa que essa equipe fazia pouco. Hoje conseguimos demonstrar um bom futebol e também fazer os gols que a gente tanto esperava. Não tenha dúvida que temos um centroavante, aquele cara de área, como é o Rodrigão. A gente lamenta a lesão dele, espero que não seja nada demais para que ele possa voltar no próximo jogo. Já temos duas baixas para o próximo jogo, que é o Tiago e o Zé Rafael [suspensos], então os jogadores estão de parabéns, porque têm acreditado na proposta que temos proposto para o clube.

Apesar de ter como estilo de proposição de jogo, o Bahia em muitos momentos optou por marcar atrás da linha de campo para contra-atacar a Ponte Preta. Jorginho afirmou que a estratégia foi adotada para aproveitar os espaços cedidos pela equipe paulista.

- A gente sabia que a Ponte é uma equipe muito forte dentro de casa. Normalmente tira pontos aqui, vence os jogos aqui dentro, é muito difícil bater a Ponte aqui. Sabíamos que é uma equipe que também joga no contra-ataque e se expõe bastante, muito parecida com a gente. Nesse momento precisa ter uma transição defensiva rápida quando se expõe no contra-ataque. A gente treinou isso, sabíamos que a equipe saía, sabia que essa equipe chegava com os dois laterais, com muita força, o Nino pelo lado direito, o Fernandinho pelo esquerdo, e a gente conseguiu aproveitar bem. Como falei, mérito daquilo que os jogadores têm entendido como modelo de jogo, algo que queremos trabalhar. Estamos trabalhando, sempre acreditando que a coisa pode melhorar. Perfeição com certeza não existe. Foi um bom jogo. Acho que podemos melhorar.

O Bahia volta a jogar no domingo, quando enfrenta o Avaí às 19h (de Brasília), no estádio de Pituaçu, em Salvador. Os ingressos para o jogo estão à venda.

Confira outras declarações de Jorginho

Rodrigão
- É um jogador que a gente observou bastante antes de tomar a decisão. Sabíamos que ele era forte, jogador de área, e que, além de grande, ter estatura boa, tem velocidade. No outro jogo, mostrei para eles, contra o Fluminense, que aos 40 minutos do segundo tempo ele deu um pique para recuperar a bola. Isso aconteceu também com o Mendoza. Acho que essa característica desse jogador faltava para a gente. A gente até tinha jogador com essa característica, mas que, infelizmente, antes de eu chegar, na época do Guto, ele não havia se encaixado bem, que era o Gustavo. Jogador que tem essa característica de presença de área. Já o Rodrigão, talvez por ser baiano, se adaptou totalmente ao grupo e fez dois gols.

Erros nos contra-ataques
- Exatamente. É por aí. Por isso que não há perfeição. No momento exato de decidir, coisas que temos treinado, com superioridade numérica principalmente na parte ofensiva, para que os jogadores chutem na hora que tem que chutar. E na hora que tem que passar, tomar essa decisão. A gente dá essa oportunidade para eles dentro do treinamento, e eles têm que tomar a decisão correta dentro do jogo. Às vezes acontece, o jogador está cansado, nem sempre sai como a gente espera.

Vinícius no lugar de Régis
- Régis sentiu, não aguentou. Optei por Vinícius, que é o jogador da função. Jogador que também controla, mas tem estilo diferente do Régis. Régis é de transição ofensiva rápida, sai em velocidade, tem toque rápido, qualidade no drible. Vinícius é mais de controle de bola. Pedi para ele primeiro não deixar o Fernando Bob jogar, que é o cérebro da equipe, junto com o Lucca. Jogador muito inteligente, foi meu jogador aqui na Ponte. Ele não podia deixar o Bob jogar de forma nenhuma. Também pedi para ele manter a bola no campo de ataque, o que aconteceu muitas vezes.

Torcida da Ponte Preta
- Teve de tudo. Uns me xingaram e outros me deram apoio. O respeito, o carinho que tenho por essa torcida, por esse clube, é muito grande. Foi um tempo de quatro a cinco meses que foi marcante na minha vida. Nunca mais vou me esquecer. Certeza que um dia eu volto.

Convocação da torcida
- Quero primeiro agradecer aqueles que estiveram aqui. Viagem longa, não é fácil. Estiveram presentes aqui apoiando o grupo. Quero convocar o torcedor. Jogo extremamente difícil. O Avaí é um time perigoso, tem bons jogadores, caso do Junior Dutra, jogador de muita velocidade, jogador grande. A gente precisa demais do apoio do torcedor, e chamo realmente para que a gente possa se distanciar cada vez mais da zona de rebaixamento.

Fonte: Globo Esporte