Postado por - Heitor Montes

Vendo dificuldades no último passe, Carpegiani explica saída de Régis: "Preencher o meio"

Neste domingo (29), o Bahia até saiu na frente, mas acabou cedendo o empate para o Fluminense por 1 a 1, no Maracanã. O técnico Paulo Cézar Carpegiani concedeu entrevista coletiva após o jogo, válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Para o treinador, o principal problema da equipe foi o último passe.

Futebol não tem que comemorar um ponto. Mas jogando fora de casa, no caso como foi, o Fluminense vindo de uma derrota na Sul-Americana, precisava ganhar, tivemos a felicidade de fazer o gol cedo, tivemos contra-ataques, poderíamos ter definido. Não conseguimos encaixar o último passe, naquele último terço do campo. Tivemos dificuldades. No segundo tempo resolvi preencher mais o meio. Nivelamos o jogo e as oportunidades ficaram escassas. O Fluminense teve a posse de bola, mas em termos de oportunidades, não teve claridade. Fico satisfeito pelo empenho, disposição. Estamos em uma sequência de jogos difíceis. Cinco jogos, três fora, contra equipes de nível excelente. Fizemos oito de quinze pontos. Agora vamos para o mais importante, que é o jogo contra a Ponte. Temos nosso 12º jogador, e será fundamental fazer o dever de casa, para na outra partida, fora, definir nossa situação

Carpegiani fez uma substituição no intervalo da partida, substituindo Régis pelo volante Matheus Sales, que acabou sendo expulso no final da partida. A mudança foi criticada por muitos torcedores, que acharam que ela foi defensiva. O treinador explicou que o motivo da substituição foi melhorar a marcação do meio-campo.

Não gosto muito, não sei armar isso [retranca]. Mas quando a partida requer isso, tenho que tomar a iniciativa. Gosto de time que agride o adversário, imposição de uma maneira de jogar sobre a outra. Não posso correr risco sempre. Nosso time está esgotado fisicamente. A equipe vem de uma semana de treinos, mas tivemos dificuldades. O jogador foi expulso, a equipe sentiu um pouco. Tenho, como dizem, que dançar de acordo com a música. Muitas vezes tenho que fechar o time para não correr riscos. Não gosto disso. Gosto de ser agressivo, tentar jogar, mas as vezes a equipe pede outra coisa e tenho eu tomar a iniciativa. No primeiro tempo o Fluminense tinha jogadas pelos lados, tive que tirar o Régis para assentar um pouco. E no segundo tempo o Fluminense não teve oportunidades.

Carpegiani já garantiu uma mudança na equipe para a próxima partida, contra a Ponte Preta, no próximo domingo (5), na Arena Fonte Nova: Juninho Capixaba irá voltar a equipe, substituindo Matheus Reis na lateral-esquerda.

São dois jogadores com características distintas. O Matheus [Reis] marca mais, posiciona melhor, tem mais altura. Esse jogo precisava disso. O Juninho deve voltar no próximo fim de semana. O Juninho é um jogador que vai atuar no próximo domingo, precisamos tomar a iniciativa. Retorno natural.

Confira o que Carpegiani falou na entrevista:

Hernane

- O Hernane e o Régis não estão atuando. Dois jogadores de dez sem ritmo, tirando o goleiro, são 20%. O Hernane teve uma dificuldade normal. Muito tempo sem jogar, sentiu. Mas esteve bem, participou do jogo. Teve um lance perigoso dentro da pequena área. Teve um empurrão, ficou claro. Na dúvida, o juiz pendeu para o outro lado. Mas não vou falar disso, passou. Foi um jogo de oportunidades escassas. No primeiro tempo pecamos na pontada final, não tivemos o passe certeiro. Hoje, diante da dificuldade, perdemos a opção da velocidade, que volta na próxima semana. Vamos trabalhar para fazer um jogo decisivo contra a Ponte.

Torcida tricolor

- Não tenho a menor dúvida. Nossa grande contratação é a torcida. Dirigi o Flamengo duas vezes, o Corinthians, são as duas maiores expressões em torcida no país. Mas o fanatismo da torcida do Bahia é fantástico. E queremos isso do nosso lado. Não estou satisfeito com o empate. Dá um sinal de alerta. A Ponte ganhou do Corinthians. Será um jogo decisivo. Temos que entrar com o pensamento de fazer o dever de casa.

Grande atuação de Jean

- O Jean é uma tranquilidade. Um menino que acho que não vai ficar por muito tempo. Vai ser requisitado. Difícil goleiro ser requisitado. Mas é um belo goleiro. Difícil ter um goleiro que te dá essa segurança. No gol estou muito tranquilo. Pode tomar o gol como tomou no Ba-Vi. Mas ele te passa confiança, passa para todo o time.

Convidando a torcida

- Conclamamos a torcida de novo. Essa torcida pode esperar que vamos tentar vencer de todas as formas. Não vou medir esforços. Faltam sete jogos. Fundamental fazer o dever de casa, respeitando a Ponte. Venceu o Corinthians em casa e serve de alerta. Mas vamos buscar esse resultado.