Postado por - Heitor Montes

Vendo triunfo justo, Carpegiani põe Bahia na luta pela Libertadores: "Isso é um fato"

O técnico Paulo Cézar Carpegiani concedeu entrevista coletiva após o triunfo de virada do Bahia por 3 a 1 sobre o Santos, na Arena Fonte Nova, na noite desta quinta-feira (16). Com o bom resultado, o Bahia está agora a um ponto do G-7 e a briga pela Libertadores se tornou mais real do que nunca.

Segundo o treinador, o Bahia não fez um grande primeiro tempo, mas o time evoluiu na segunda etapa e conseguiu uma virada justa:

O Santos é uma equipe muito rápida, altamente técnica, que dificultou o máximo, não se entregou nunca, até o último minuto. Eles têm um lado esquerdo muito forte. Muita velocidade, drible, jogada, complicou bastante. Tivemos algumas dificuldades no primeiro tempo, principalmente. Em termos de profundidade de jogadas, terminamos o primeiro tempo, conversei com eles no intervalo... Falei que alguns deveriam entrar no jogo. Realmente, no segundo tempo, que não teria como destacar alguém, nós melhoramos muito e jogamos um bom futebol, à altura da vitória. Vitória justa, premiou o esforço, uma equipe bem controlada, acertada no campo, e que tivemos dificuldades em função do adversário. Uma vitória justa

Carpegiani agora tem nove jogos no comando do Bahia, com cinco triunfos, três empates e apenas uma derrota. Com o Tricolor em grande fase, o treinador citou a importância dos seus antecessores no cargo para esse momento atual:

Eles somaram. Temos, só para citar exemplo... Quando olho na tabela, e agora estou olhando... Antes eu não queria ver, porque era pavorosa, em termos de adversário... Como exemplo, nós tínhamos o terceiro ataque mais positivo no campeonato. Só tinha o Grêmio na frente e o Palmeiras. Isso justifica. Os antecessores trabalharam bem, têm mérito. Só dei sequência, acrescentei algumas coisas, mas o mérito é todo dos meus jogadores.

Segundo Carpegiani, o Bahia está muito vivo na briga por uma vaga na Libertadores:

Isso é um fato. Você não tem como negar o fato. Vejo, escuto, leio, eles declaram que a missão é Libertadores. Assumi isso. Podemos não conseguir. Somos os últimos ali, mas, nesse momento, estamos nos candidatando. Temos que pensar no próximo jogo. Se vamos conseguir ou se não conseguirmos, a torcida vai ter que entender. Mas colocamos na mira os adversários e sabemos que podemos. Depende de nós. Mas hoje nós dependemos também dos adversários que estão na frente, de perder os pontos. Porque o Bahia já jogou contra todos eles, então não depende mais só de nós. Mesmo fazendo a nossa parte, se o adversário ganha... Nós chamamos a torcida. Ela respondeu, e hoje está uma exigência. Somos sabedores disso. A responsabilidade está nos ombros. Esses jogadores estão numa grande equipe. Eu não tiro a responsabilidade dos nossos ombros. Faz parte dos jogadores que pertencem a uma grande equipe. Assumi isso. Agora é tentar fazer a nossa parte. Buscar o resultado e ver o que vai dar. Vamos pensar no próximo jogo e assim sucessivamente.

O próximo desafio do Bahia de Carpegiani é contra o Sport, neste domingo (19), às 16h, em Recife.

Confira o que Carpegiani falou em entrevista coletiva:

Evolução no segundo tempo contra o Santos
- Eles tiveram uma grande pontada para o lado esquerdo, que complicou o jogo todo. Mais por qualidade do adversário do que por defeito nosso. Em consequência disso, eles criaram momentos de algumas jogadas muito perigosas, conseguiram ter o chute. Mas acho, no cômputo geral, que a equipe mereceu. Estava bem acertada. Rápida no contra-ataque. A entrada dos que entraram [no segundo tempo] melhorou muito. Estou muito satisfeito pela vitória. Você esmiuçar mais o jogo... Foi lá e cá o jogo, que podia dar qualquer um. A equipe hoje fez por merecer o resultado. Fico feliz, e criamos oportunidades principalmente no primeiro tempo e conseguimos os três pontos.

Conversa no intervalo da partida
- O que eu disse aos jogadores no vestiário, assumimos um compromisso, atiçamos a torcida, mexemos com a torcida, e temos uma enorme responsabilidade que está nos nossos ombros. E isso só está nos nossos ombros porque pertencemos ao Bahia nesse momento em que o time faz uma boa campanha. Ao assumir isso e trazer o torcedor, nossa responsabilidade aumentou, e vamos tratar de cumprir. Disse isso a eles no final do jogo.

Edson volta a ser titular?
- Tenho que ver. A dificuldade que estamos no final de temporada... Neste último jogo que fizemos, jogamos domingo, na segunda não treinam. Na terça, não treinaram. Voltaram na quarta, fiz um posicionamento ali caminhando. Temos levado. Jogamos hoje. Assim vai ser. Agora temos a sexta. Amanhã não tem nada. No sábado de manhã vou fazer um posicionamento. Vou ver o Edson. Ele voltou, mas isso não significa que está pronto. Deu para se notar que o tempo que está parado acabou prejudicando, mas é um nome muito interessante. Tenho que conversar com ele para ver. Natural, poderia ser a substituição normal, mas tenho que ver como ele vai estar se sentindo, apesar de saber que ele vai querer jogar. Ele tem que ser sincero e tem que saber... Independentemente de contar com ele ou não, tenho outros e tenho confiança total.

Ainda precisa melhorar?
- Temos que evoluir. É final de temporada. Faltam três jogos. A equipe sempre tem que aprender alguma coisa. Já melhorou bastante, está muito consciente, mas tem muito a evoluir, poderia dizer uma coisa diferente, mas vejo que a equipe tem condições de produzir mais, mas estou plenamente satisfeito. No futebol, é tempo, sequência, é necessário que a equipe jogue junto para ter um conjunto. É final de temporada, tem mais três jogos, vamos tratar de compor bem, melhorar algumas coisas que faltam. Na sequência, a equipe vai melhorar bastante.

Corresponder às expectativas da torcida
- Essa cobrança, a euforia, a torcida que é bastante fanática. Um fanatismo que eu há muito tempo não vejo, e estou há bastante tempo no futebol, é contagiante. Em função disso, você trata de corresponder. Isso que a gente faz. No futebol, não tem coisa mais bonita do que botar seu time e buscar o resultado e conseguir o resultado. O outro lado da medalha é horrível, a derrota. Vamos tratar de dar alegria, tentar corrigir coisas, porque o difícil do futebol... Você pode até atingir algumas metas, vitórias, mas, no futebol, é difícil manter. É o que estamos tentando fazer. De forma bem consciente. Cobro isso dos jogadores. Estão muito conscientes, determinados, para tentar ir nesses últimos jogos que restam. Fizemos o penúltimo jogo na Fonte. O empate foi o único resultado que não conseguis em casa, contra o Atlético-MG. Temos enfrentado ótimas equipes. Temos que olhar para frente e não olhar para trás.