Postado por - Newton Duarte

Vergonha nacional!

Vergonha nacional! Com estádios vazios, clubes deixam de arrecadar mais de R$ 1 bi

Somente no Brasileirão de 2012, os clubes poderiam ter arrecadado mais de R$ 300 milhões


Campinas, SP, 21 (AFI) – Que o futebol brasileiro é uma várzea no quesito média de público todos já sabem. O Portal FI já publicou duas matérias sobre a baixa média de torcedores nos estádios brasileiros. No entanto, a Pluri Consultoria divulgou um novo estudo com números alarmantes. Hoje, o futebol do país possui uma média de ocupação média de apenas 21,8%. Ou seja, 78,2% dos estádios do país estão desocupados. Número que faz os clubes deixarem de ganhar mais de R$ 1 bilhão.

Setor 'nobre' do Maraca com clarões no clássico Fla x Botafogo

Para chegar a estes números, a empresa considerou as quatro principais divisões nacionais do país, a Copa do Brasil e mais 25 estaduais - todos da primeira divisão. Só não foram inclusos no estudo os campeonatos do Amapá, que está em andamento, e de Roraima.

Somente os clubes do Brasileirão deixaram de arrecadar algo em torno de R$ 300 milhões por conta dos espaços vazios em seus estádios. A primeira divisão nacional lidera o ranking de taxa de ocupação entre as competições do país, com média de 38,4% na edição de 2012.

Isso significa que 61,6% dos estádios ficam vazios em média em cada um dos jogos do Brasileirão. Considerando que a competição tem 380 partidas e o ingresso tem um preço médio de R$ 38, os clubes deixaram de arrecadar um total de R$ 300.294.240,00.

Como não existe um cálculo o preço médio dos bilhetes em cada uma das 30 competições presentes no estudo, não existe um valor absoluto de quanto os clubes deixam de arrecadar no total. Contudo, levando em conta que apenas o Brasileirão chega a R$ 300 milhões, prejuízo total certamente supera a casa do bilhão.

Mais dados do estudo

Os 30 campeonatos analisados tiveram média de público de 4.084 torcedores, o que corresponde a apenas 21,8% da capacidade média dos estádios, que é de 18.766 torcedores. Considerando as competições nacionais, a média sobe para 28,4%. Já os estaduais possuem irrisórios 16,3% de média de taxa de ocupação.

Outro dado alarmante é que oito dos 30 principais campeonatos disputados no Brasil tem taxas de ocupação dos estádios inferior a 10% dos assentos disponíveis. O Acreano, com sua média de público de 245 torcedores por jogo, é também o de pior taxa de ocupação, com utilização de apenas 1,6% da capacidade total ofertada.

Está caro, né!

Se em 2012 o Brasileirão já teve média decepcionante, a temporada 2013 tem números desanimadores. Até a 15ª rodada, a principal competição nacional tem uma média pífia de 14.132 torcedores por jogo, com uma ocupação média de 38%. E olha que alguns estádios da Copa do Mundo, como Mané Garrincha, Mineirão, Fonte Nova e Arena Pernambuco já foram utilizados.

Mineirão também tem setores 'nobres' vazios

Embora a grande mídia teime em apontar a violência como a maior causa dos estádios vazios, a própria Pluri Consultoria já divulgou um estudo que o principal problema é o valor dos ingressos (relembre a reportagem). Hoje, o Brasileirão possui o ingresso mais caro do mundo se for comparado com a média salarial de cada país. Se um brasileiro usasse todo seu salário para comprar ingressos conseguiria comprar 53 bilhetes.

Nem mesmo as principais ligas do mundo, têm ingressos tão caros. No Espanhol, o trabalhador conseguiria comprar 66 ingressos; no Italiano, 72; no Português, 77; no Francês, 138; e no Alemão, 155. No caso da Alemanha, um torcedor alemão, mesmo em uma liga cheia de estrelas internacionais, paga menos que a metade dos brasileiros.

Comparando com ligas de qualidade mais próxima do Brasileirão, o Brasil perde feio. No México, o trabalhador poderia comprar com seu salário 74 ingressos; na Argentina, 81; na Uruguai, 153. No Campeonato Uruguaio, o preço médio de um ingresso é de apenas R$ 15,86.


Fonte e Fotos: Agência Futebol Interior