Adeus, tabus! Vicetória ignora histórico, vence BaxVice de virada e complica rival
DESTAQUES DO JOGO
- A estrela
Ney Franco
Sem nunca ter vencido um clássico, o treinador não titubeou em ousar. Mudou peças e no final saiu de campo com o seu primeiro triunfo em Ba-Vis
- Festa
Torcida
Em clima de paz, as torcidas deram um espetáculo na Fonte Nova. Apesar da situação ruim das duas equipes, mais de 25 mil torcedores foram ao estádio.
- Sem pegada
Bahia
Após boas atuações, o Bahia decepcionou no Ba-Vi. Léo Gago, Uelliton e Marcos Aurélio tiveram atuações apagadas. Lomba falhou nos gols
A CRÔNICA
Um domingo para implodir tabus. Esse foi o domingo do Vitória. Na lanterna do campeonato, o Rubro-Negro tinha contra si muitos números. Mas diante de 25 mil torcedores, tratou de mandar às favas os números e os tabus e fechar o campeonato particular de Ba-Vis de 2014 mostrando que quem ri por último, ri muito melhor.
O último triunfo do Vitória diante do maior rival na Série A tinha acontecido em 2003. Apesar dos longos, o número de jogos era pequeno: Apenas três. Em números absolutos, a marca incomodava. O Vitória não vencia há oito jogos. A última havia sido no dia 12 de maio de 2013, na goleada de 7 a 3 pelo Campeonato Baiano, também na Fonte Nova. Além disso, Ney Franco nunca havia vencido um clássico. Neste domingo, o Vitória tratou de reescrever e com uma atuação perfeita, saiu de campo merecedor do resultado. De quebra, o Leão deixou a lanterna do Campeonato Brasileiro e ainda ultrapassou o maior rival, adversário direto na luta contra o rebaixamento.
Com o resultado, o Vitória chegou a 24 pontos e subiu para a 14ª posição, enquanto o Bahia manteve os 21 pontos e agora é o 18º colocado. Na próxima rodada, o Vitória vai até São Paulo, enfrentar o Palmeiras, no Pacaembu, na quinta-feira, às 19h30 (horário de Brasília). O Bahia joga um dia antes, na quarta, outra vez na Fonte Nova, desta vez com seu mando e diante do Sport, às 21h (horário de Brasília).
Vitória levou a melhor no clássico e saiu da Fonte Nova com o triunfo
Ba-Vi Elétrico de Kieza e Kadu
Bahia e Vitória começaram o clássico com emoção digna da suas grandezas. Antes dos dez minutos de jogo, as duas torcidas gritaram gol. Aos cinco, a defesa do Vitória bateu cabeça e Pará achou Kieza livre de marcação para marcar o primeiro gol da partida. A torcida tricolor ainda comemorava, quando o erro mudou de lado. A defesa do Bahia falhou e Lomba saiu mal. O suficiente para Kadu empurrar para as redes e empatar a partida três minutos depois. Após o gol, o Vitória melhorou na partida e passou a criar mais. Dono do meio campo, Richarlyson distribuiu as ações pelo lado vermelho e preto.
A chance da virada apareceu na cabeça de Dinei, após cruzamento de Nino, mas o atacante jogou para fora. O lance acordou o Bahia, que respondeu com um chute de Léo Gago, que passou perto do gol de Gatito. Mas foi o Vitória quem terminou o primeiro tempo mais perto do gol. A defesa do Bahia, voltou a falhar na bola aérea e Roger Carvalho cabeceou na trave. O primeiro tempo chegou ao fim com um Vitória melhor e dono das ações, diante de um Bahia que viu na velocidade de Rafinha sua opção de fuga.
Ba-Vi de um time só
O Bahia começou o segundo tempo tentando reagir. Kleina trocou Léo Gago por Maxi Biancucchi. O Bahia voltou melhor do que no primeiro tempo, mas seguiu dando espaços. Em um desses erros, Luiz Gustavo chutou de fora, a bola bateu na trave, nas costas de Lomba e morreu no fundo das redes. Com o gol, o Vitória cresceu ainda mais na partida e encurralou o seu maior rival. Como numa luta de boxe, restou ao Tricolor sofrer nas cordas diante da superioridade do maior rival. Acuado, o Bahia quase levou o terceiro, após cabeçada do baixinho Juan. Assim como no primeiro tempo, o Bahia tentava usar a velocidade para chegar ao gol. Figura de destaque pelo esforço nas duas etapas, Rafinha foi quem chegou mais perto de empatar. Mas em uma tarde pouco inspirada dos seus companheiros, o perigo real ao gol de Gatito só aparecia nas bolas. No fim, restou a tentativa de empate de forma desesperada de um time que jogou pouco, diante da cadência triunfante de um time que soube ser vibrante, calculista e decisivo para vencer.
O melhor: Luiz Gustavo. Teve ousadia para arriscar de fora da área e marcou um golaço que garantiu o triunfo e mudou a história do time na tabela do Brasileirão.
Toque dos técnicos: Gilson Kleina não soube explorar bem os volantes do Bahia e acabou perdendo o domínio da partida no meio de campo. Demorou para colocar Emanuel Biancucchi e mudar o time. Ney Franco surpreendeu na escalação ao colocar o atacante Vinicius na vaga de Willie e explorou bem o toque de bola durante a partida.
Para lembrar: Fim do jejum: O triunfo não deu tranquilidade para o Vitória apenas no Brasileirão. Após longa espera, o time encerrou um jejum de oito jogos sem vencer o rival.
Vitória 2 x 1 Bahia
Campeonato Brasileiro 2014 – Séria A – 23ª Rodada
Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Data: 21 de setembro de 2014, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Público: 25.192.
Renda: R$ 881.444,50
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (FIFA-MG)
Assistentes: Fabio Pereira (FIFA-TO) e Cleriston Clay Barreto Rios (FIFA-SE)
Cartões amarelos: Vitória: Kadu, Dinei, Marcinho e Luiz Gustavo; Bahia: Uelliton, Kieza, Branquinho e Maxi Biancucchi
Gols: Vitória: Kadu 8’ 1º T e Luiz Gustavo 7’ 2º T; Bahia: Kieza 1º T
Vitória: Roberto Fernández; Nino Paraíba, Roger Carvalho, Kadu e Juan; Luiz Gustavo, Luis Cáceres, Richarlyson (Mansur) e Marcinho; Vinicius (William Henrique) e Dinei (Guillermo Beltrán)
Técnico: Ney Franco
Bahia: Marcelo Lomba; Railan, Demerson, Lucas Fonseca e Pará; Ueliton, Léo Gago (Maxi Biancucchi) e Rafael Miranda; Marcos Aurélio (Branquinho), Rafinha (Emanuel Biancucchi) e Kieza
Técnico: Gilson Kleina
SCOUT
[**SCOUT**]
ATUAÇÕES
Marcos Aurélio vai mal
MARCELO LOMBA - GOLEIRO
Falhou no gol de Kadu, e deu azar no gol de Luiz Gustavo.
Nota: 5,0
RAILAN - LATERAL-DIREITO
Muita correria, mas falta um pouco mais de recursos técnicos para acertar algumas jogadas.
Nota: 5,0
DEMERSON - ZAGUEIRO
Vacilou no gol de Kadu.
Nota: 5,0
LUCAS FONSECA - ZAGUEIRO
Foi seguro nas bolas áreas. Ganhou a maioria das disputas.
Nota: 5,5
PARÁ - LATERAL-ESQUERDO
Passe perfeito no gol de Kieza. Foi mal na parte defensiva.
Nota: 5,5
UELLITON - VOLANTE
Bem na saída de bola, mas no segundo tempo falhou na proteção à zaga.
Nota: 5,5
RAFAEL MIRANDA - VOLANTE
Sempre dando opções para jogadas. Também falhou na proteção à zaga no segundo tempo.
Nota: 6,0
LÉO GAGO - VOLANTE
Horrível nos chutes a gol, pouca participação no jogo. Acabou substituído no intervalo.
Nota: 4,5
MAXI BIANCUCCHI - ATACANTE
Entrou no lugar de Léo Gago e não conseguiu muita coisa, com o time fraco na parte ofensiva.
Nota: 5,5
MARCOS AURÉLIO - MEIA
Custa para participar do jogo... fica muito parado, não se coloca como opção para receber as bolas
Nota: 4,0
BRANQUINHO - MEIA
Entrou no lugar de Marcos Aurélio e tentou alguns chute e acertou alguns cruzamentos. Ao menos foi mais participativo.
Nota: 6,0
RAFINHA - ATACANTE
Boa movimentação, dando opção nas jogadas de ataque do Bahia. Foi um dos que mais incomodou.
Nota: 6,5
EMANUEL BIANCUCCHI - MEIA
Entrou na vaga de Rafinha. Bons passes, mas sem conseguir mudar o ritmo do jogo.
Nota: 5,5
KIEZA - ATACANTE
Esperto no gol, batalhador, sempre dando opção de jogada.
Nota: 7,0