Postado por - Newton Duarte

Violência e vandalismo: Em clássico, cenas de guerra entre palmeirenses e policiais; Assista

Porta do Palestra tem cenas de guerra entre palmeirenses e policiais

A chegada dos torcedores ao primeiro Derby do reconstruído Palestra Itália era tranquila até as 16h, quando a Rua Turiassu foi palco de verdadeira guerra entre palmeirenses e policiais militares. Uma provocação de alguns torcedores foi respondida com violência por PMs, e a aglomeração de gente na entrada do estádio foi o estopim para um grande confronto antes da partida entre Palmeiras e Corinthians.

Os policiais que estavam dentro da arena foram para o lado de fora, e um caminhão do Batalhão de Choque foi à Rua Caraibas, que cruza a Rua Turiassu e abriga a sede da organizada Mancha Alviverde, usando de muitas bombas de gás lacrimogêneo. A substância incomodou até quem estava dentro do estádio, nos setores mais altos, aguardando o início do clássico.

As explosões se repetiram por mais de dez minutos. Enquanto investiam na direção dos torcedores, os policiais também eram alvo de objetos atirados. Os palmeirenses acabaram fugindo pelas ruas do bairro ou se abrigando em bares. Ao fim dos dez minutos, ficou um rastro de destruição. Quando os torcedores tentaram voltar, na direção do estádio, novas bombas.

Policiais usaram muitas bombas de gás lacrimogêneo na confusão antes da derrota do Palmeiras no Derby - Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Até ali, havia sido registrada apenas a danificação de um carro da rádio Jovem Pan por parte de palmeirenses e uma pequena confusão entre corintianos já na arquibancada. Mesmo com os alvinegros entrando pela Rua Padre Antônio Tomás, do lado oposto do estádio à Rua Turiassu, o presidente Paulo Nobre usou toda a confusão para justificar sua tentativa – frustrada – de organizar o Derby só com a torcida mandante.

“Não dá para saber se estariam acontecendo essas cenas, porque a gente não teve a experiência de torcida única em um clássico. No dia que acontecer a torcida única, isso vai dar a chance de a gente entender”, disse o dirigente, negando ter falado ao agora ex-presidente Mário Gobbi que o novo Palestra Itália não comporta torcida visitante. “Gosto muito do Mário, mas não é verdade.”

“Não precisamos ver cenas lamentáveis”

A guerra na Rua Turiassu fez jornalistas que estavam no anel de cima do estádio irem até a parede de vidro para observar – e relatar – a confusão, além de registrar imagens. Funcionários com uniformes da empresa Allianz, que patrocina a arena, tiraram os profissionais do local. “Não precisamos ver cenas lamentáveis”, justificou um dos funcionários.

Após briga no Palestra, promotor do MP vê Gobbi como responsável

Assim que soube das brigas que ocorreram antes da partida entre Palmeiras e Corinthians, neste domingo, Paulo Castilho, promotor do Ministério Público, criticou quem - ao contrário de sua recomendação - autorizou a disputa do jogo no Palestra Itália com torcida visitante.

"Meu trabalho consistiu em alertar as autoridades e órgãos responsáveis para que fizéssemos com uma torcida só. Aconteceu o que o MP já previa. Tenho certeza que o Dr. Roberto Senise vai instaurar o procedimento para apurar as responsabilidades de todos os que afirmaram que eram capazes de garantir tudo com segurança, inclusive a PM", disse à Rádio Globo, antes de culpar Mário Gobbi, presidente do Corinthians até sábado.

"Nós não somos contra as duas torcidas. Mas precisamos tirar os ingressos de visitante das mãos da organizada. Os bilhetes precisam ser pulverizados e incluir o público comum. Só que os dirigentes são reféns da torcida organizada. O senhor Mário Gobbi saiu loucamente em defesa da Gaviões da Fiel e exigiu ingresso para visitante. Agora tem de ser responsabilizado. O papel do MP foi feito", continuou.

Na quinta-feira, foi determinado que o clássico no Palestra Itália deveria ser realizado apenas com torcida mandante. Depois, o Corinthians recorreu na Justiça, e a Federação Paulista de Futebol permitiu a venda de ingressos aos visitantes.

O anúncio da FPF foi feito pouco depois de o então presidente alvinegro, Mario Gobbi, ter ameaçado não colocar sua equipe em campo neste domingo.