Postado por - Newton Duarte

Violência no Fazendão: Demerson revela detalhes

Demerson revela detalhes da ação de agressores e ambiente tenso no Bahia

Zagueiro tricolor revela que jogadores estão apreensivos após carro de Maxi Biancucchi ter sido apedrejado. Demerson pediu apoio da diretoria tricolor

Muro do Fazendão foi pichado nesta segunda

Muros pichados, carro de jogador apedrejado. Os acontecimentos recentes deixaram o clima tenso no Bahia. Com o time na penúltima colocação na tabela do Campeonato Brasileiro, sem vencer há dez jogos, alguns torcedores resolveram protestar. Só que um grupo passou dos limites do razoável ao cercar e atirar pedras no carro de Maxi Biancucchi após o treino da última segunda.

Como consequência do momento turbulento, o treino desta terça-feira contou com policiamento reforçado nos arredores do Fazendão. Pelo menos duas viaturas da Polícia Militar fizeram ronda no local, sendo que três policiais permaneceram na porta do centro de treinamento durante toda a atividade.

Apesar do susto, o atacante argentino apareceu para treinar normalmente – ele prestou queixa na delegacia após o treino. No Fazendão, a expectativa era de que Biancucchi fosse até a sala de imprensa para falar sobre o ocorrido. Não aconteceu. Em seu lugar, o zagueiro Demerson apareceu e relatou o que aconteceu.

- Ele falou que algumas pessoas o abordaram, tentaram abrir a porta do carro e ele não deixou. Depois, algumas pessoas tacaram pedra no carro. Uma coisa lamentável. Para uma esposa, para uma família, é complicado chegar numa situação dessa. Vamos cobrar de forma pacífica, sem violência. É ruim para o torcedor e para nós jogadores. Tira a nossa tranquilidade, porque ninguém quer trabalhar em um ambiente conturbado. Todo mundo junto, vamos dar a volta por cima – afirma.

Demerson revela que jogadores querem apoio da diretoria tricolor

A agressão sofrida por Biancucchi foi assunto recorrente durante toda a entrevista. E Demerson, em momento algum, negou-se a falar sobre o assunto. Segundo o zagueiro, para superar a má fase, só com trabalho.

- A melhor forma de sair de uma situação dessa é com trabalho. Tivemos vários acontecimentos durante a semana: demissão do treinador, do diretor de futebol, torcedores protestando. Pegaram o carro do Maxi, o que é lamentável. Torcedor tem direito de protestar, mas não pode ser desse jeito. Quando passa a agredir, quebrar o carro, começa a perder a razão. As coisas estão complicadas, mas vamos resolver com trabalho. Não desaprendemos a jogar futebol. O professor Charles [Fabian, técnico interino] está com o intuito de nos ajudar. Tenho certeza de que vai nos ajudar muito – afirma Demerson.

Não foi só Maxi Biancucchi que ficou assustado com a situação. O elenco tricolor como um todo se mostrou tenso um dia após o episódio de violência. Demerson, um dos mais experientes do grupo, defendeu o direito dos torcedores de protestar, contanto que de maneira pacífica.

- Os jogadores chegaram tensos. Depois do acontecido, não tem como chegar de outra forma. Se cobrar de forma pacífica, isso [policiamento na porta do CT] não será necessário. Quando acontece isso, perde-se a tranquilidade para trabalhar. Ninguém, em área nenhuma, gostaria de passar por isso. Jogadores chegaram assustados. Mas tenho certeza que os torcedores, durante a semana, vão entender e protestar de outra forma – diz.

Ao final do treino, técnico interino e jogadores no centro do gramado. Charles Fabian reuniu o elenco, e todos conversaram por alguns minutos. Alguns atletas, como Marcelo Lomba e Titi, também pediram a palavra. O assunto, claro, foi o clima de instabilidade vivido pelo clube, que, além de estar na zona do rebaixamento, perdeu o treinador e o diretor de futebol.

Demerson revelou o conteúdo da conversa. Dentre outras coisas, os jogadores querem o apoio da diretoria nesse momento. “Blindar” o elenco, foi o termo usado pelo zagueiro.

- Nosso grupo conversa o tempo todo. Queremos melhorar. A conversa foi mais para esse lado, que nós temos que estar juntos nesse momento e ter tranquilidade para que a diretoria nos blinde. Nesse momento, é necessário. Alguns jogadores estão apreensivos. Então é por esse lado – finaliza o zagueiro.


Fonte: Rafael Santana – GE.COM

Foto: Raphael Carneiro e Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia