O primeiro Ba-Vi da temporada, disputado no dia 18 de fevereiro, no Barradão, contou com a presença das duas torcidas e foi marcado por uma grande confusão entre os jogadores. Porém, de acordo com o promotor Olímpio Campinho, do Ministério Público da Bahia (MP-BA), não foi esse o motivo que fez com que o órgão recomendasse a torcida única no próximos clássicos da temporada.
O promotor, em entrevista à TV Bahia nesta segunda-feira (26), falou sobre os motivos que levaram à tomada da decisão. De acordo com ele, os episódios de violência que ocorreram na Baixa dos Sapateiros no dia da partida, além da depredação de partes do estádio causaram o retorno da torcida única, que já havia ocorrido em seis dos sete Ba-Vis de 2017:
A briga entre torcidas na Baixa dos Sapateiros no dia do jogo mostra esse clima de rivalidade agressiva e violência que vivemos. A situação que vivenciamos ano passado, os seis Ba-Vis bem-sucedidos, exitosos, sem nenhuma ocorrência, sem fatos violentos ou confrontos, com incremento de público. (...) Comparamos jogos de 2016 com os do ano passado. Nas finais do Campeonato Baiano houve incremento de mais de 30% do público. O público passou a ir ao estádio por se sentir mais seguro. Os 10% da torcida visitante deixaram de ir, mas se ocupou aquele espaço e teve um incremento de mais de 20%. Fatos aconteceram nesse Ba-Vi. Torcida que foi para o portão da torcida visitante contra a deliberação da polícia. Vimos torcida depredando sanitário, derrubando alambrado, tivemos depredação de ônibus com vítima. Na Baixa dos Sapateiros tivemos disparo de arma de fogo. A gente está tentando tomar providências para que não ocorra algo pior
Olímpio Campinho também falou sobre a briga em campo no primeiro Ba-Vi da temporada. Jogadores de Bahia e Vitória iniciaram uma grande confusão após a comemoração do gol marcado por Vinícius. Apesar de lamentar a briga, o promotor declarou que a confusão não está entre os motivos para o retorno da torcida única:
Esse fato não repercutiu na recomendação que expedimos. Estou sendo honesto. Óbvio que precisa ter a conscientização dos jogadores e dirigentes esportivos, principalmente, que eles podem estimular ou inibir atos de violência com suas próprias atitudes. É preciso que tenham consciência disso
O promotor admitiu que há a possibilidade de que a recomendação seja revista no futuro. Olímpio Campinho cobrou punições exemplares aos envolvidos em confusões:
A princípio [a torcida única] é para todos os Ba-Vis de 2018. Sempre existe a possibilidade de reavaliar. Mas a própria CBF está comungando com nosso pensamento. (...) No dia em que punirmos exemplarmente os autores dos fatos, e que eles forem condenados, cumprirem pena, todos eles, e servirem de exemplo para os outros, conseguiremos avançar. Mas não podemos apenas esperar e confiar nessa solução, temos uma questão emergencial para resolver. Não podemos deixar o que aconteceu no primeiro Ba-Vi de 2017 e no primeiro Ba-Vi desse ano. Fatos ocorreram fora do campo.